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    OPINIÃO

    Adultos também precisam mudar sua visão sobre as diferenças

    ROSELY SAYÃO
    DE COLUNISTA DA FOLHA

    29/01/2016 02h00

    Nossas crianças, que já nasceram numa época em que o mundo contempla a diversidade, convivem bem com as diferenças. Se não fossem os adultos, com suas criações lotadas de estereótipos e preconceitos, e comportamentos e atitudes idem, elas continuariam assim.

    Mas não! Logo elas percebem que cada menina tem um tipo de corpo, mas que para ser "princesa", "sereia" etcetera e tal é necessário ter determinado tipo de corpo, de cabelo, de cor de olhos e de pele. Por mais que neguemos, há uma imagem de "corpo perfeito", almejado e desejado por crianças muito novas.

    Já vi meninas de oito anos pedirem para a mãe comida para emagrecer e meninos, para alisar o cabelo. A importância da aparência, que só chegava na adolescência, agora angustia as crianças.

    Já temos na literatura dirigida ao público infantil histórias que mostram diferenças como positivas. Mas brinquedos, poucos, bem poucos. Quem quisesse uma boneca de corpo mais cheinho, por exemplo, tinha que procurar muito e conhecer em detalhes os segredos do mercado alternativo de brinquedos.

    Por isso, os lançamentos desses brinquedos que celebram as diferenças são muito bem-vindos. Entretanto, a existência deles, por si só, não muda muita coisa.

    Aliás, é possível usar tais brinquedos para solidificar preconceitos e estereótipos, não é verdade? Por isso, observar as formas como a criança usa tais brinquedos e conversar com ela a esse respeito são fatores que continuam sendo mais importante do que o brinquedo em si.

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