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    Petróleo em queda faz Nigéria pedir empréstimo emergencial de US$ 3,6 bi

    DO 'FINANCIAL TIMES'

    31/01/2016 18h07

    A Nigéria pediu ao Banco Mundial e ao Banco de Desenvolvimento Africano (ADB, na sigla em inglês) um empréstimo emergencial no total de US$ 3,5 bilhões para cobrir um crescente deficit no seu orçamento. Trata-se do sinal mais recente do dano econômico causado pela queda nos preços do petróleo nos países produtores.

    O pedido do governo do presidente Muhammadu Buhari, iniciado há oito meses, destina-se a ajudar a financiar um déficit de US$ 15 bilhões em um pesado orçamento para os gastos públicos. Ao mesmo tempo, o país do oeste africano tenta estimular uma economia em desaceleração e compensar o impacto da queda nas receitas do petróleo.

    A medida ocorre em um momento em que crescem as preocupações sobre o impacto dos baixos preços do petróleo sobre economias exportadoras do produto.

    O Azerbaijão, que no mês passado impôs controles de capital para tentar conter a desvalorização de sua moeda, está em discussões com o Banco Mundial e o FMI (Fundo Monetário Internacional) para obter um pacote emergencial.

    A Nigéria é a maior economia da África e tem sido atingida duramente pela queda nos preços do petróleo cru —as receitas do país com a commodity devem cair de 70% do total para apenas um terço este ano.

    A ministra das Finanças Kemi Adeosun disse ao 'Financial Times' recentemente que planejava o primeiro retorno da Nigéria ao mercado de bônus desde 2013. Mas os custos desses prováveis empréstimos aumentariam assim como seu deficit orçamentário.

    Um deficit projetado de US$ 11 bilhões, ou 2,2% do PIB (Produto Interno Bruto), já subiu para US$ 15 bilhões, ou 3%, como resultado da recente turbulência no mercado de petróleo.

    Os empréstimos de US$ 2,5 bilhões do Banco Mundial em paralelo ao de US$ 1 bilhão do ADB, que contemplariam taxas abaixo do mercado, devem ser ainda aprovados pelo conselho de ambas as instituições.

    FMI

    Sob as regras do Banco Mundial, o empréstimo seria objeto de endosso do FMI das políticas econômicas do governo. Funcionários do banco têm dito que eles teriam de estar confiantes de que o governo nigeriano estaria realizando reformas estruturais significativas.

    No entanto, ambos os empréstimos teriam muito menos condições do que um socorro do FMI, que não acredita que a Nigéria precisa de um resgate internacional de pleno direito neste momento.

    "Acredito que todos nós concordamos que a Nigéria está enfrentando significantes desafios fiscais e nas contas externas por conta da abrupta queda nos preços do petróleo, assim como todos os outros exportadores", disse ao 'FT' Gene Leon, representante do FMI na Nigéria. "Mas acrescentamos que a Nigéria não está necessitando imediatamente de um programa do FMI."

    Uma missão do Fundo que visitou o país em janeiro como parte de uma revisão regular estimou que a economia nigeriana cresceu 2,8% a 2,9% em 2015. A equipe previu ainda que alta de 3,25% do PIB neste ano, abaixo de uma média de crescimento de 6,8% nos dez anos terminados em 2014.

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