RESPOSTA DO PROFESSOR DA PUC-RIO E CERTIFIED FINANCIAL PLANNER ALEXANDRE CANALINI: Caro leitor, se você deseja tomar recursos emprestados para investi-los saiba que você está diante de um tipo de operação que é chamada, pelos profissionais de finanças, de alavancagem.

A alavancagem pode trazer benefícios ao investidor uma vez que há possibilidade de aumentar o retorno do seu investimento. A grande desvantagem é aumentar as perdas caso seu investimento não gere bons resultados.

A decisão de tomar recursos para investir passa pela análise da diferença da taxa do empréstimo em relação à taxa de remuneração da aplicação. A alavancagem só será favorável caso seu investimento remunere mais do que o empréstimo.

Creio que o seu grande desafio seja conseguir taxas para tomar o recurso emprestado que sejam inferiores ao retorno do seu investimento. Em regra os empréstimos custam muito mais do que o retorno –não fosse assim seria possível gerar ganhos financeiros somente por meio do diferencial de taxas.

Para você ter uma boa referência o melhor credor do mercado é o governo federal. Para emprestar recursos para o governo, os investidores recebem aproximadamente 14,25% ao ano. Como o risco de qualquer outo agente é superior ao do governo, os investidores exigem a remuneração maior. As taxas de empréstimos seguramente lhe custarão entre 18% e 21% ao ano.

O seu desafio começa neste ponto. Você precisará encontrar aplicações que rendam mais do que o custo do dinheiro. Investimentos que rendam mais do que a faixa de taxa dos empréstimos certamente são alternativas arriscadas e com retornos incertos.

O uso de técnicas de alavancagem é frequente entre os investidores profissionais –que calculam o risco e estabelecem políticas de perda máxima, redução de perda e valor em risco.

Sugiro aprofundar o estudo sobre o tema. Caso opte por investir com alavancagem, tenha um bom controle de risco e use ferramentas para limitar as perdas em um cenário desfavorável.