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    Lucro do Itaú Unibanco sobe 15,4% em 2015 e atinge R$ 23,4 bilhões

    DE SÃO PAULO
    DA REUTERS

    02/02/2016 08h44

    Zanone Fraissat/Folhapress
    Agência do Banco Itaú na Avenida Duque de Caxias, em São Paulo (SP)
    Agência do Banco Itaú na Avenida Duque de Caxias, em São Paulo (SP)

    Mesmo com a recessão na economia e a paralisia no crédito, o lucro líquido nominal —que não desconta a inflação— do Itaú Unibanco subiu 15,4% em 2015 e alcançou R$ 23,36 bilhões. No ano anterior, o banco havia reportado lucro de R$ 20,242 bilhões.

    O resultado foi apoiado pela margem maior de ganho nos empréstimos, fruto da alta de juros, além da alta das receitas com serviços e a recuperação de crédito. Isso reduziu em parte o impacto de despesas maiores com provisões para cobrir calotes.

    No quarto trimestre do ano, o banco viu seu lucro subir 3,2% na comparação com o mesmo período de 2014, para R$ 5,698 bilhões. Em relação aos três meses anteriores, porém, o lucro do Itaú caiu 4,2%. O lucro líquido recorrente —que exclui efeitos extraordinários— encerrou 2015 com avanço nominal de 15,6%, para R$ 23,832 bilhões. No quarto trimestre do ano passado, foi de R$ 5,773 bilhões, alta de 2% em relação ao mesmo trimestre de 2014 e queda de 5,6% na comparação com os três meses anteriores.

    CRÉDITO PARALISADO

    Os empréstimos, principal negócio dos bancos, ficaram estagnados no Itaú Unibanco no Brasil. Descontando o efeito da variação cambial, a carteira de crédito do banco recuou 2,9% no ano passado, somando R$ 603,046 bilhões. Os financiamentos para o consumidor pessoa física tiveram alta de 0,7% em relação ao ano anterior, com destaque para o crédito consignado (alta de 12,1%) e para o imobiliário (19,8%).

    No caso das empresas, o volume de financiamentos cresceu 0,9% em relação ao 2014, sendo que grande parte dessa expansão explicada pelo câmbio. O crédito para pequenas e médias empresas recuou 1,7%, mas o para grandes companhias aumentou 2%.

    "O [crédito no] banco é um reflexo da atividade econômica. A expansão de crédito é ligada ao desempenho da economia. Se as empresas crescem, precisam de mais capital de giro. Para pessoa física, está ligada a emprego. Nosso desejo é ampliar a oferta de crédito, mas há o problema da menor demanda", disse Roberto Setubal, presidente do Itaú.

    CALOTE

    O índice de inadimplência, medido pelo saldo de atrasos com mais de 90 dias, subiu para 3,5%, 0,2 ponto percentual maior que no trimestre imediatamente anterior e 0,4 ponto acima de um ano antes.

    Ainda assim, as despesas com provisões para calotes, líquidas de recuperação de crédito, caíram 0,4% em relação aos três meses anteriores, para R$ 4,634 bilhões.

    "Essa redução é proveniente do crescimento de 35,4% de nossas receitas com recuperação de créditos baixados para prejuízo", afirmou o Itaú Unibanco no relatório.

    As chamadas despesas não decorrentes de juros, que incluem administrativas e salários, subiram 1,95% sobre o trimestre anterior e 9,95% sobre o quarto trimestre de 2014. No consolidado de 2015, o aumento foi de 8,8%, dentro da meta do banco de fazê-la ficar abaixo da inflação, que foi de 10,67% no ano, segundo o índice IPCA.

    Em outra frente, as receitas do trimestre com serviços e tarifas avançaram 10,6% ano a ano, para R$ 7,645 bilhões.

    A rentabilidade sobre o patrimônio líquido, que mede como o Itaú Unibanco remunera seus acionistas, foi de 22%, queda de 1,3 ponto percentual na medição sequencial e de 2 pontos sobre um ano antes.

    2016

    Para este ano, o Itaú Unibanco previu um intervalo que vai de contração de 0,5%, para alta de 4,5% em sua carteira de crédito, além de desaceleração das despesas administrativas.

    O banco também previu aumento médio superior a 40% das provisões para perdas com inadimplência, considerando o ponto médio da faixa de R$ 22 bilhões a R$ 25 bilhões, em relação à média prevista para o ano passado.

    O banco também previu expansão de 2% a 5% da margem financeira com clientes, linha que teve expansão de 15,6% no ano passado.

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