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    Agências de viagem virtuais crescem com dólar caro e promoções

    FILIPE OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    08/02/2016 02h00

    Mesmo com a crise econômica em curso no Brasil, o setor de turismo pela internet aproveita o crescimento do comércio virtual no país e a alta do dólar —que incentiva o turismo no país- para seguir avançando.

    Para isso, apostam em preços baixos e altos investimentos em marketing, o que tende a deixar o lucro no curto prazo em segundo plano.

    A Decolar teve aumento de 30% em seu faturamento no país em 2015, segundo Alipio Camanzano, presidente da empresa. A companhia argentina tem a maior participação no turismo on-line brasileiro, de acordo com a consultoria norte-americana PhocusWright.

    Camanzano afirma que dois fatores permitem o avanço em contexto de recessão: o cliente brasileiro está mais seguro na compra pela internet e o investimento da companhia em promoções.

    "Num ano normal, a pessoa olhava nossos preços e depois procurava uma agência tradicional para tentar um preço igual. Hoje, com a sensação de escassez e urgência que as promoções assumiram, as pessoas perceberam que ou compravam na internet ou perderiam oportunidades."

    Antônio Gomes, cofundador e diretor comercial do Hotel Urbano, afirma que o momento da empresa ainda é de crescer e ganhar mercado. "Tornar-se uma empresa lucrativa faz parte de nossos objetivos. Mas entendemos que o mercado brasileiro está longe de sua maturidade", disse.

    A estratégia para o crescimento acelerado é baseada em investimento em marketing para trazer clientes para o site e na oferta de pacotes a preços baixos. E o lucro pode ser postergado, segundo Carolina Sass de Haro, da consultoria especializada em turismo Mapie.

    MULTICANAL

    Para enfrentar a concorrência das agências virtuais, a CVC, que chegou em 2015 com mil lojas físicas, abocanhou um concorrente. Comprou o Submarino Viagens por R$ 80 milhões no ano passado e fez saltar a participação das vendas on-line de 5% para 15%.

    Para Luiz Eduardo Falco, presidente da CVC, os negócios são complementares. As vendas para destinos conhecidos ocorrem pela internet. Para planejar uma viagem para lugares menos visitados, o melhor é ir a uma agência de viagem.

    "Se quiser viajar ao Tahiti, você não precisa fazer um estudo de três meses para saber o que fazer lá. Melhor ir a um lugar que manda 10 pessoas por dia para o Tahiti e que pode te dar todas as dicas."

    Folhainvest

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