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    Christine Lagarde deve renovar seu mandato como diretora do FMI

    DA AFP

    11/02/2016 13h27

    Guadalupe Pardo - 8.out.2015/Reuters
    International Monetary Fund (IMF) Managing Director Christine Lagarde speaks during a news conference during the 2015 IMF/World Bank Annual Meetings in Lima, Peru, October 8, 2015. REUTERS/Guadalupe Pardo ORG XMIT: LIM08
    Christine Lagarde durante conferência no Peru

    Christine Lagarde, 60, é a única candidata à direção do FMI (Fundo Monetário Internacional), o que virtualmente assegura sua nomeação em julho, segundo um comunicado da instituição nesta quinta-feira (11).

    Nomeada à frente do FMI em julho de 2011 para cinco anos, a ex-ministra francesa de Economia apresentou oficialmente sua candidatura em 22 de janeiro e foi apoiada por vários setores da Europa, Estados Unidos e América Latina.

    "Uma candidata, a atual diretora-gerente Christine Lagarde, foi admitida", indica, em um comunicado, o conselho de administração do FMI, que representa seus 188 estados-membros.

    O conselho ouvirá agora Lagarde e espera tomar sua decisão o mais rápido possível, segundo a nota. A decisão final, que não deve apresentar surpresas, ocorrerá até o início de março.

    Depois de receber vários apoios de peso, Lagarde anunciou sua nova candidatura na expectativa de não ser atrapalhada por um complexo caso judicial na França (leia mais abaixo).

    "Tive a honra de receber apoios desde a abertura do processo", afirmou Lagarde, referindo-se, em particular, à França, ao Reino Unido, à Alemanha e à China.

    No ano passado, a ex-advogada empresarial e ministra francesa das Finanças (2007-2011), no governo de Nicolas Sarkozy, já havia sinalizado estar receptiva a um novo mandato.

    Existe uma regra tácita que reserva a direção do FMI para um europeu, e era pouco provável que houvesse candidatura de um grande país emergente. Em 2011, Lagarde teve como rival o presidente do Banco Central mexicano, Agustín Carstens. Ela assumiu a instituição sucedendo a seu compatriota Dominique Strauss-Kahn, derrubado por um escândalo sexual.

    Para um novo mandato, Lagarde poderá contar com um balanço mais favorável para o FMI, depois de ter melhorado a imagem da instituição e de ter desbloqueado uma importante reforma de seu modo de governança.

    Sob seu mandato, entretanto, o Fundo não conseguiu evitar o maior calote de sua história, com a Grécia, e foi acusado de instrumentalização política, ao apoiar a Ucrânia, em meio a uma queda de braço estratégica de Kiev com a Rússia.

    CASO TAPIE

    A candidatura de Lagarde pode ser ofuscada, no entanto, pela declaração que terá de prestar à Justiça francesa por sua suposta "negligência" em uma polêmica e milionária arbitragem que favoreceu o empresário Bernard Tapie em 2008. Na época, ela ainda era ministra.

    Neste caso, uma novela judicial que se arrasta por mais de duas décadas, Tapie acusou, primeiramente, o banco Crédit Lyonnais, de capital misto, de ter subestimado o valor da marca de roupas e de equipamentos esportivos Adidas, quando se desfez dela, em 1993.

    O caso foi resolvido em 2008 por uma comissão arbitral privada, que deu razão a Tapie e ordenou que lhe fosse paga uma indenização de quase 404 milhões de euros. No início de 2015, porém, a Justiça anulou essa sentença, por suspeita de fraude. Depois, condenou Tapie a reembolsar o montante integral da indenização acertada anteriormente.

    Lagarde está sendo processada por escolher recorrer a uma arbitragem privada, e não à Justiça comum, para resolver um caso que envolvia enormes recursos públicos.

    No decorrer do caso, ela reiterou ter "agido no interesse do Estado e em conformidade com a lei".

    Apesar disso, a diretora recebeu em dezembro passado o apoio do conselho administrativo do FMI, que disse confiar em sua capacidade de exercer adequadamente suas funções.

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