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    Uber encerra com acordo processo envolvendo antecedente de motoristas

    MIKE ISAAC
    DO "NEW YORK TIMES"

    12/02/2016 11h45

    Kai Pfaffenbach/Reuters
    Detalhe mostra o aplicativo Uber, para transporte de passageiros
    Detalhe mostra o aplicativo Uber, para transporte de passageiros

    O Uber concordou em pagar US$ 28,5 milhões para encerrar um processo judicial coletivo que questiona sua afirmação de que os seus métodos de verificação de antecedentes de motoristas são "os mais avançados do setor".

    Os termos do acordo, apresentado na quinta-feira ao tribunal federal norte-americano no distrito norte da Califórnia, requerem que o Uber indenize cerca de 25 milhões de passageiros e reescreva a descrição que acompanha suas informações quanto a uma tarifa cobrada em todas as corridas.

    O Uber mudará o nome da tarifa, hoje conhecida como "taxa de segurança", para "taxa de reserva". A companhia de serviços de carros afirmou que usaria essa tarifa para "cobrir custos de segurança e outros custos operacionais que advirão no futuro". O Lyft, um dos maiores rivais do Uber, fará mudança semelhante, de acordo com o Uber.

    "Nenhum meio de transporte pode ser 100% seguro. Acidentes e incidentes ocorrem", afirmou o Uber em comunicado. "Por isso é importante garantir que a linguagem que usamos para descrever a segurança do Uber seja clara e precisa".

    O acordo aproxima do encerramento um processo aberto por Matthew Philliben e Byron McKnight contra a empresa em 2014, por suposta imprecisão da parte do Uber quanto ao nível de verificação a que submete os motoristas que recruta, os quais devem passar por uma verificação de antecedentes conduzida por um prestador de serviços externo.

    No começo de 2014, uma reportagem do "New York Times" revelou que o Uber e o Lyft estavam fazendo lobby agressivamente contra o uso de testes de antecedentes por meio de impressões digitais, nos arquivos de tribunais de todo o país. Na época, legisladores afirmaram que, dada a pressa de aumentar o número de motoristas disponíveis, o Uber e o Lyft optaram pela rapidez, de preferência à qualidade, no que tange às verificações de antecedentes.

    O Uber emprega a Hirease, uma companhia de capital fechado que oferece prazo de "menos de 36 horas" para suas verificações. A Sterling, empresa de capital fechado que realiza as verificações do Lyft, diz que seu tempo de resposta é de dois dias úteis, em média.

    As verificações de antecedentes em foro estadual para os motoristas de táxis variam de acordo com a jurisdição. Mas os legisladores dizem que é frequente que sejam mais rigorosas que as de qualquer dos dois serviços.

    O Uber também sofreu um processo civil por dois procuradores estaduais da Califórnia, sob acusação semelhante de iludir o consumidor quanto às suas práticas de segurança. Não se sabe que impacto, se algum, o possível acordo terá sobre o caso paralelo.

    No passado, o Uber já havia anunciado que investiria mais em pesquisa de tecnologias melhoradas de segurança, como identificação biométrica e verificação por voz. A empresa também apontou que o app atual do Uber revela aos passageiros informações significativas sobre os motoristas, entre as quais a chapa de seus carros e cópias de um documento com foto. O Uber também acompanha as corridas usando tecnologia de GPS.

    Se o acordo for aprovado pelo tribunal e aceito pelos queixosos, os passageiros do Uber que usaram o serviço nos Estados Unidos entre 1º de janeiro de 2013 e 31 de janeiro de 2016 serão notificados por e-mail e terão a opção de aceitar reembolso em forma de crédito para futuras corridas ou estorno para o cartão de crédito que tenham registrado junto à empresa.

    "Estamos felizes por deixar para trás esses casos e continuaremos a investir em nova tecnologia e grande atendimento ao cliente, para que possamos melhorar a segurança em nossas cidades", disse o Uber.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

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