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    Dólar volta a operar acima de R$ 4; Bolsa sobe e juros futuros recuam

    DA REUTERS
    DE SÃO PAULO

    16/02/2016 12h49

    O dólar voltou a ser negociado acima de R$ 4 nesta terça-feira (16), com investidores apreensivos com as incertezas políticas e econômicas no Brasil, mas o bom humor externo diante da alta das Bolsas chinesas limitava o fortalecimento da moeda norte-americana. O Ibovespa sobe, enquanto os juros futuros recuam.

    Às 12h08, o dólar à vista ganhava 0,75%, a R$ 4,0230, e o dólar comercial avançava 0,65%, a R$ 4,0220.

    "Faz sentido buscar proteção (no dólar) em um cenário de incertezas locais como o atual, apesar do fluxo de estrangeiros ser positivo", disse o superintendente regional de câmbio da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa.

    Investidores temem que o governo se afaste do rigor fiscal que vem prometendo desde o ano passado diante da profunda recessão econômica e das turbulências políticas.

    O analista Flávio Conde, do site WhatsCall?, avalia que, nas últimas duas semanas, o risco Brasil vem piorando a cada dia, aumentando as chances de novo rebaixamento pelas agências de rating. "A perspectiva de deficit primário este ano, aliada à dificuldade de aprovação da CPMF e da reforma da Previdência, contribuiu para a alta do dólar", afirma.

    Outro fator, segundo Conde, é que a presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), Janet Yellen, não sinalizou na semana passada, em depoimento no Congresso americano, se os juros iriam subir novamente ou não naquele país.

    As preocupações locais se contrapunham ao contexto externo favorável nesta sessão. A alta das ações chinesas à máxima em três semanas era motivo de alívio, com investidores recebendo bem declarações do premiê do país, Li Keqiang, acenando para a possibilidade de novos estímulos se a economia desacelerar mais.

    PETRÓLEO

    Mais cedo, a alta dos preços do petróleo também corroborou o bom humor global, mas a commodity voltou a apresentar volatilidade. Em Londres, o petróleo Brent ganhava 0,03%, a US$ 33,40 o barril; nos EUA, o WTI avançava 0,51%, a US$ 29,59 o barril.

    Os governos de Arábia Saudita, Rússia, Venezuela e Qatar decidiram congelar a produção de petróleo nos níveis de janeiro, informou o ministro de Energia e Indústria do Qatar e presidente rotativo da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), Mohammed Bin Saleh Al-Sada.

    "Os mercados financeiros globais continuam melhorando", escreveram analistas do banco Brown Brothers Harriman em nota a clientes, referindo-se à profunda aversão ao risco que vinha marcando o início deste ano.

    Operadores ressaltavam ainda que o mercado voltava a ganhar volume nesta sessão, após o pregão de liquidez reduzida na segunda-feira (15) devido ao feriado do Dia do Presidente nos EUA, que manteve os mercados locais fechados.

    Nesta manhã, o Banco Central promoveu mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em março, vendendo a oferta total de 11,9 mil contratos. Ao todo, a autoridade monetária já rolou US$ 5,217 bilhões, ou cerca de 52% do lote total, que equivale a US$ 10,118 bilhões.

    JUROS

    No mercado de juros futuros, os contratos estão em queda: o DI para janeiro de 2017 está em 14,250%, ante 14,400% na segunda-feira, e o DI para janeiro de 2021 passa de 16,020% para 15,850%. Analistas dizem que os negócios refletem a indicação do Banco Central de que não deve aumentar novamente a taxa básica de juros.

    "Consolida-se o cenário de uma Selic (taxa básica de juros) estável à frente, ao menos enquanto as turbulências internacionais prevalecerem. Afinal, segundo economistas presentes na reunião com Altamir Lopes, do Banco Central, ontem (segunda-feira, 15) no Rio de Janeiro, a instituição vê o PIB (Produto Interno Bruto fraco conter as pressões de inflação", destaca a equipe de análise da Guide Investimentos, em relatório.

    BOLSAS

    O Ibovespa subia há pouco 1,20%, a 40.574,04 pontos, impulsionado pelo setor de commodities.

    As ações preferenciais da Petrobras ganhavam 1,32%, a R$ 4,58, e as ordinárias, 2,02%, a R$ 6,56. Além da recuperação dos preços do petróleo, investidores seguem atentos à chance da estatal não precisar ser a operadora única e ter participação mínima na exploração de todas as áreas do pré-sal.

    As ações preferenciais A da mineradora Vale avançavam 1,28%, a R$ 7,89, e as ordinárias ganhavam 2,66%, a R$ 10,79, reagindo à cotação do minério de ferro.

    O minério de ferro com entrega imediata no porto de Tianjin (China) subiu 1,1% nesta terça-feira, a US$ 46,10 por tonelada, maior patamar desde 16 de novembro de 2015, segundo dados do The Steel Index.

    Na Ásia, as Bolsas chinesas estenderam sua recuperação nesta terça-feira (16), fechando no maior patamar em três semanas. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 3,1%, enquanto o índice de Xangai teve alta de 3,3%, marcando seu melhor desempenho em três meses e meio.

    O índice Nikkei, do Japão, subiu 0,2% um dia após disparar 7,16%, recuperando parte da queda de 11% sofrida na semana passada — a maior desde 2008.

    Na Europa, as Bolsas operam voláteis, com sinais mistos, após as altas dos dois pregões anteriores. Londres (+0,65%), Paris (+0,15%), Frankfurt (-0,60%), Madri (+0,16%) e Milão (+0,54%).

    Nos Estados Unidos, na volta do feriado do Dia do Presidente, o índice Dow Jones abriu em alta (+0,82% há pouco), assim como o Nasdaq (+1,45%).

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