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    o impeachment

    Crescimento do Brasil está fora do radar, dizem economistas

    EDUARDO CUCOLO
    DE BRASÍLIA

    28/02/2016 02h00

    Os primeiros dados econômicos deste ano mostram que 2015 terminou pior do que se esperava e que o nível da atividade econômica segue em queda no início de 2016.

    Nesta semana, será divulgado o PIB do ano passado, que deve mostrar retração próxima de 4%, segundo projeções do mercado e do governo. Para 2016, ambos esperam queda em torno de 3%.

    Outro consenso entre governo e setor privado é que, mesmo que a economia volte a crescer em 2017, o último indicador a reagir deve ser o mercado de trabalho, justamente o que demorou mais para entrar em contração.

    Indicadores antecedentes em janeiro

    Apesar de as projeções estarem próximas, segue a dúvida sobre o momento em que o país irá atingir o fundo do poço e conseguirá estabilizar o nível de atividade.

    Maurício Molan, economista-chefe do Santander, afirma que a economia terminou 2015 apontando para baixo, de forma acentuada. E que os dados do início de 2016 apontam uma queda em ritmo menos intenso. Ele estima retração do PIB de 3,8% em 2015, de 3,7% em 2016 e crescimento de 1% em 2017.

    Projeções para o PIB

    "Acredito que o fundo do poço esteja próximo. A gente espera alguns indicadores em volta de uma estabilidade, principalmente produção industrial e vendas. O mercado de trabalho leva mais tempo para se recuperar", disse.

    Uma retomada do crescimento, segundo ele, vai depender de um plano para melhorar as contas públicas e da capacidade política de aprovar essas medidas. "O que pode dar errado é se o governo abandonar um comprometimento mínimo com a política fiscal e monetária.

    O Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia) tem projeções mais pessimistas. Espera retração da economia por três anos seguidos, até 2017, uma vez que os ajustes necessários para derrubar a inflação e melhorar as contas públicas irão além deste ano.

    A deterioração esperada no mercado de trabalho também deve adiar a recuperação. O desemprego medido pelo Pnad Contínua deve passar de 9% em novembro do ano passado para 13% no próximo ano, de acordo com o instituto.

    Contas externas

    VAI PIORAR

    Para Silvia Matos, pesquisadora do Ibre/FGV, os dados mais recentes mostram que 2016 não será o ano da virada, mas de risco de aprofundamento da crise. "A situação é ruim e pode piorar. Crescimento está fora do radar."

    Segundo ela, a melhora depende de soluções para a crise política e fiscal. E não de corte de juros e incentivos ao crédito, causas dos problemas atuais.

    Mercado de crédito

    O professor de finanças do Ibmec/DF José Kobori afirma que 2016 deverá ser de mais recessão, que irá refletir o corte da nota de crédito do país. "Não está tão ruim que não possa piorar. O motor da crise ainda está em rotação alta, com tendência de acelerar nos próximos meses."

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