• Mercado

    Saturday, 18-May-2024 15:50:37 -03

    GE volta a disputar licitação bilionária da iluminação pública de São Paulo

    JOANA CUNHA
    DE SÃO PAULO

    02/03/2016 02h00

    Avener Prado - 1º.dez.2015/Folhapress
    Av. 23 de Maio, em São Paulo, iluminada pelas antigas lâmpadas de vapor de sódio
    Av. 23 de Maio, em São Paulo, iluminada pelas antigas lâmpadas de vapor de sódio

    Depois de desistir de apresentar proposta para concorrer a um contrato de R$ 7,2 bilhões que vai renovar toda a iluminação da cidade São Paulo, a americana General Electric voltou ao páreo.

    A multinacional assinou nesta segunda-feira (29) um acordo para ser fornecedora do consórcio FM Rodrigues/CLD, caso ele vença a competição desta PPP (Parceria Público-Privada). As negociações começaram na semana passada, segundo pessoas que participaram do acordo.

    A GE foi uma das multinacionais que desistiram de se candidatar como consorciada depois que a prefeitura retirou uma das garantias do edital no fim do ano passado.

    Atuando apenas como fornecedora, a empresa mitiga os riscos de sua participação.

    "Se tivéssemos entrado como consorciado, com outras quatro empresas parceiras, teríamos que colocar investimento. Mas, sem a garantia original do edital, desistimos. Cada empresa tem seu perfil de risco, e a GE, por padrões internacionais, não entra em negócios que não tenham a garantia financeira que acreditamos", disse à Folha Rodrigo Martins, presidente da Current Powered by GE, divisão de grandes projetos de iluminação da multinacional.

    "Como somos um dos maiores fabricantes de iluminação do mundo, avaliamos que é importante estarmos envolvidos em um projeto deste porte, seja pelo volume, seja pela vitrine que ele representa, por ser a maior PPP do setor no mundo", diz Martins.

    O plano é produzir o equipamento na fábrica da General Electric no Brasil, que começa a operar em abril.

    GARANTIAS

    Quando foi lançado, há quase dois anos, o projeto para renovar as luzes da cidade chegou a atrair grandes empresas como Philips e GE.

    Porém, desembarcaram do projeto devido a uma modificação imposta pela Prefeitura de São Paulo, que optou por extinguir uma de suas garantias, a chamada conta vinculada, que é administrada por uma instituição financeira, para onde seriam destinados os recursos pagos pela população pela Cosip (a conta da iluminação pública).

    A conta vinculada funcionaria como uma proteção privada ao vencedor da concorrência pois os recursos sairiam dela diretamente para o pagamento do serviço, ou seja, mesmo em caso de eventual insolvência da prefeitura, o dinheiro não poderia ser usado para outra finalidade.

    A prefeitura diz que já tem um fundo para isso, o Fundip (Fundo Municipal de Iluminação Pública), mas advogados do setor afirmam que a vantagem da conta vinculada é que ela poderia ser apresentada como garantia pelo vencedor da concorrência ao banco que emprestará os recursos para o investimento necessário.

    Sem a garantia, o risco fica maior e os juros do empréstimo também sobem.

    A concorrência ainda está em andamento. Os próximos passos da prefeitura, que devem ocorrer nas próximas semanas, serão a abertura das propostas comerciais e a análise dos documentos de habilitação do grupo que apresentar a melhor oferta.

    Outros dois grupos concorrem com o FM Rodrigues/CLD: Walks e Ecobraslux.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024