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    Dilma avalia adiar reforma da Previdência para o segundo semestre

    VALDO CRUZ
    GUSTAVO URIBE
    SOFIA FERNANDES
    DE BRASÍLIA

    09/03/2016 02h00

    A presidente Dilma Rousseff está sendo pressionada por sua equipe a adiar para o segundo semestre o envio ao Congresso da proposta de reforma da Previdência.

    Assessores presidenciais disseram à Folha que Dilma foi "aconselhada" a tomar essa decisão e avalia a ideia. Para eles, a expectativa é que ela acate a sugestão porque "não há clima" político para discutir tema tão polêmico.

    Segundo relato de auxiliares, o ministro Nelson Barbosa (Fazenda) está "isolado" dentro do governo na defesa de que a reforma previdenciária seja encaminhada ao Congresso até o fim de abril, como o governo anunciara.

    Ministros palacianos dizem que o adiamento seria um gesto na direção de partidos aliados como PT, PDT e PTB e da sua base social para conquistar apoios num momento de piora da crise política e do risco de impeachment.

    Um ministro disse que a ideia não é o governo desistir da reforma, considerada essencial pela presidente, mas deixá-la para o segundo semestre, de preferência depois das eleições municipais.

    Em reunião nesta terça (8) com Barbosa, a bancada do PT na Câmara já havia informado ao ministros que o partido não quer que a reforma da Previdência seja enviada agora ao Legislativo.

    FÓRUM

    Ontem foi feita a primeira reunião técnica do fórum criado pela presidente para discutir a reforma. No planos da Fazenda, as mudanças devem tratar da convergência dos sistemas previdenciários gradualmente, criando uma idade mínima única para homens e mulheres, assim como padronizando regras entre trabalhadores dos setores privado e público e entre as previdências urbana e rural.

    Parlamentares presentes ao café da manhã com o ministro, o "timing" para a reforma é totalmente desfavorável para tal debate e vai contribuir para afastar do governo movimentos que hoje o apoiam. Eles voltaram a dizer a Barbosa que o momento é de adotar medidas para a retomada do crescimento e defenderam a liberação de mais verbas para obras federais, assim como o uso de parte das reservas em investimentos.

    O ministro disse que não é totalmente contra a ideia de utilizar as reservas, mas disse que, neste momento, é inviável pois representaria aumentar o deficit público. Segundo Barbosa, a proposta pode ser discutida quando a economia voltar a se estabilizar e o país der sinais de retomada.

    De acordo com o líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (PT-BA), a estimativa do partido é de uma redução ainda maior na meta de superavit primário para atender às demandas de aumentos de investimentos: de R$ 90 bilhões a R$ 100 bilhões. O governo pediu autorização ao Congresso para um deficit de até R$ 60 bilhões.

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