A Venezuela oficializou nesta quarta-feira (9) um novo regime de câmbio para tentar atenuar a profunda crise econômica que está minando o apoio popular ao projeto chavista.

A mudança, vigente a partir desta quinta-feira (10), já havia sido antecipada no mês passado pelo presidente Nicolás Maduro como parte de um pacote que também incluiu um aumento do preço da gasolina.

O novo sistema reduz de três para dois os níveis de cotação oficial.

O primeiro, chamada de Dipro (dólar protegido), será inicialmente fixado em 10 bolívares por dólar. É a cotação subsidiada com a qual o governo continuará financiando importações prioritárias, como remédios e alimentos.

A taxa mais valorizada usada até então era de 6 bolívares/dólar.

A segunda cotação nova, batizada de Dicom (complementar), começará em 206 bolívares/dólar e flutuará segundo a demanda. Será usada para gastos considerados não vitais pelo governo –gastos com cartão de crédito no exterior, por exemplo.

A população em geral, porém, usa principalmente uma taxa paralela determinada em grande parte pelo site dolartoday.com, com sede nos EUA, que diz definir sua cotação de acordo com as transações comerciais na fronteira entre Venezuela e Colômbia, área dominada pelo contrabando.

Nesta quarta-feira, a cotação do Dolar Today era de 1663 bolívares/dólar. O governo chavista está processando por sabotagem os donos do site, venezuelanos que apoiam abertamente a oposição.

O controle de câmbio e de preços é visto como um dos fatores por trás do desabastecimento generalizado no país.

A Venezuela também é um dos mais afetados pela degringolada dos preços do petróleo, sua virtual única fonte de divisas.