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    o impeachment

    Bolsa sobe 6,6% e dólar cai 4% com risco de impeachment e cenário externo

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    17/03/2016 17h52

    O Ibovespa fechou na maior alta percentual desde janeiro de 2009 e o dólar à vista caiu mais de 4%, depois que investidores aumentaram as apostas de uma eventual saída de Dilma Rousseff da presidência. Os juros futuros recuaram, assim como o CDS (credit default swaps), indicador da percepção de risco do país.

    Desde a abertura do pregão desta quinta-feira (17), a euforia tomou conta dos negócios no mercado doméstico, em reação à divulgação da conversa entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula que sugere tentativa de evitar uma eventual prisão dele com sua nomeação para a Casa Civil.

    O dólar passou a cair ainda mais e o Ibovespa intensificou a alta depois da notícia de que a Justiça Federal de Brasília determinou a suspensão do ato de nomeação de Lula como ministro.

    Além disso, a Câmara dos Deputados elegeu nesta quinta-feira a comissão para analisar o impeachment da presidente.

    Contribuiu para o bom humor dos investidores a alta das commodities no mercado internacional e o enfraquecimento do dólar frente a outras moedas. "A alta dos índices acionários em Nova York, que atingiram as máximas do pregão nesta tarde, também favoreceu os negócios no mercado doméstico", destaca o analista Ignacio Crespo Rey, da Guide Investimentos.

    No entanto, o dólar, que chegou a cair para próximo de R$ 3,60 ao longo da sessão, diminuiu a queda depois que o Banco Central anunciou nesta quinta-feira que vai reduzir a intensidade das rolagens diárias de swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares), por entender que o atual ambiente internacional permite rever suas posições em swaps.

    A moeda americana à vista fechou em queda de 4,15%, cotada a R$ 3,6499. O dólar comercial recuou 2,32%, para R$ 3,6520.

    Dólar - Variação da moeda em 2016

    No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 baixou de 13,750% na sessão anterior para 13,725%, e o DI para janeiro de 2021 caiu de 14,600% para 14,060%.

    DÓLAR
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    NOTAS DE DÓLAR

    O CDS (credit default swap), espécie de seguro contra calote e indicador da percepção de risco do país, recuava 8,46%, para 384,135 pontos.

    BOLSA

    O Ibovespa fechou com valorização de 6,60%, aos 50.913,79 pontos. Foi o maior ganho percentual desde 2 de janeiro de 2009, quando o índice avançou 7,17%. Em pontos, é o maior patamar desde 22 de julho de 2015 (50.915,79 pontos). O giro financeiro foi expressivo, somando R$ 12,822 bilhões.

    As ações da Petrobras fecharam com ganho de 12,03% (PN), a R$ 8,10, e de 8,75%, a R$ 10,44 (ON). Além do fato de se tratar de uma estatal, mais sensível ao cenário político, contribuiu para a alta dos papéis da companhia o avanço do petróleo no mercado internacional. O petróleo Brent subia 2,63%, a US$ 41,39 o barril; o WTI avançava 4,47%, a US$ 40,18.

    Os papéis ordinários do também estatal Banco do Brasil terminaram com ganho de 14,37%. Outras ações do setor financeiro exibiram forte alta: Itaú Unibanco PN (+10,92%); Bradesco PN (+13,02%); Bradesco ON (+12,08%); Santander unit (+8,73%) e BM&FBovespa ON (+6,51%).

    As ações da Vale mostraram valorização de 3,69% (PNA) e de 4,58% (ON), ajudadas pela alta no preço do minério de ferro. No setor siderúrgico, CSN ON subiu 18,18%; Gerdau PN, +9,80%; Gerdau Metalúrgica PN, +11,36% e Usiminas PNA, +10,40%.

    O preço do minério de ferro entregue em Qingdao, na China, subiu 4,70% nesta quinta-feira, para US$ 56,09 a tonelada.

    EXTERIOR

    Em Wall Street, o Dow Jones fechou com ganho de 0,90%, o S&P 500 ganhou 0,66% e o Nasdaq, +0,23%, ainda reagindo positivamente à decisão do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) de manter as taxas de juros norte-americanas entre 0,25% e 0,50%.

    Na Europa, as Bolsas fecharam sem direção única: Londres (+0,42%); Paris (-0,45%); Frankfurt (-0,91%); Madri (+0,18%); Milão (-0,66%). Voltaram a pesar sobre os índices europeus as preocupações sobre a saúde financeira dos bancos com a política de juros negativos na zona do euro.

    As Bolsas chinesas subiram mais de 1% nesta quinta-feira (17), impulsionadas pela alta de ações de tecnologia.

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