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    Justiça de SP homologa plano de recuperação judicial do grupo Schahin

    DE SÃO PAULO

    22/03/2016 16h23

    Mastrangelo Reino - 25.mar.2011/Folhapress
    Salim Taufic Schahin, acionista do grupo Schahin, que teve a recuperação judicial homologada
    Salim Taufic Schahin, acionista do grupo Schahin, que teve a recuperação judicial homologada

    A Justiça de São Paulo homologou nesta segunda-feira (21) o plano de recuperação judicial do grupo Schahin, um dos envolvidos na Operação Lava Jato. A decisão evita a falência da empresa.

    A decisão foi tomada pelo juiz Marcelo Barbosa Sacramone, da 2ª vara de falências e recuperação judicial de São Paulo, e envolve os principais credores do grupo. O plano vai permitir à empresa quitar cerca de R$ 6 bilhões em dívidas que tinham sido incluídas no processo.

    O plano prevê que a Schahin obtenha financiamento para investir em navio contratado junto à Petrobras. Dessa forma, a empresa conseguirá ter entrada de recursos para pagar seus credores —entre eles o banco Mizuho e outras instituições, como HSBC, ABC Brasil, Itaú Unibanco e Santander, entre outras.

    O grupo já tinha vendido ativos para amortizar parte da dívida que não foi incluída no processo —estimada também em R$ 6 bilhões.

    Os credores insatisfeitos com o formato do plano ainda podem recorrer da decisão junto ao Tribunal de Justiça.

    O grupo deu entrada no pedido de recuperação judicial em 17 de abril de 2015.

    Como outras empreiteiras envolvidas no escândalo de corrupção na Petrobras, a Schahin perdeu acesso a crédito e o dinheiro em caixa secou. A empresa interrompeu a operação de cinco das seis sondas que aluga para a Petrobras diante da falta de recursos para arcar com gastos de manutenção e com segurança.

    Na investigação, a Schahin é acusada de participar "esporadicamente" do cartel de empreiteiras que superfaturava obras para a Petrobras. A companhia teve seu nome citado nas delações premiadas e faz parte do grupo de 23 empresas que foram excluídas de novas licitações pela Petrobras.

    O grupo se endividou pesadamente para fornecer sondas para a estatal, aproveitando a política de conteúdo nacional. Adquiriu três sondas e fez contratos de leasing para outras três. Todas estão alugadas para a Petrobras, mas só uma delas será mantida em funcionamento.

    A maior parte da dívida da companhia está no exterior. Bancos nacionais também emprestaram dinheiro para a Schahin, mas por meio de um sindicato de bancos que comprou papéis da companhia no exterior.

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