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    o impeachment

    Dólar reduz alta e Bolsa sobe com BC dos EUA e saída do PMDB do governo

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    29/03/2016 17h44

    Marcos Santos/USP Imagens
    Balança comercial tem maior resultado para primeiro semestre em três anos - fotos publicas dolar
    Moeda americana chegou a subir mais de 1% com ação do Banco Central

    O discurso de Janet Yellen, presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), de que é preciso cautela para subir os juros norte-americanos animou os mercados e impulsionou os índices acionários nesta terça-feira (29). O dólar, que chegou a subir mais de 1% ante o real pela manhã por causa do leilão de swap cambial reverso promovido pelo Banco Central, reduziu a alta após as declarações de Yellen.

    No cenário doméstico, os investidores seguem de olho nos desdobramentos políticos, mas operadores destacam que o desembarque do PMDB da base do governo, oficializado nesta tarde, já estava em boa parte "precificado" desde esta segunda-feira (28). Ainda assim, o índice chegou a subir mais de 1,5% no momento da reunião do PMDB, perdendo fôlego em seguida.

    O dólar à vista fechou em alta de 0,60%, a R$ 3,6579, enquanto o dólar comercial ganhou 0,33%, a R$ 3,6390.

    Foram aceitos 19.520 dos 20.000 contratos propostos no leilão de swap cambial reverso desta terça-feira, no montante de US$ 963,5 milhões. A operação equivale à compra futura de dólares. Ao mesmo tempo, não houve nesta sessão rolagem de swap cambial tradicional, que equivale à venda futura da moeda americana. "Desta forma, restam US$ 3,44 bilhões a rolar do total de contratos que vencem em 1º de abril, que somam US$ 10,1 bilhões", destaca a equipe de análise da Guide Investimentos.

    "O patamar do dólar por volta de R$ 3,60 parece ser 'confortável' para o BC, ainda que este defenda o câmbio flutuante", acrescenta a Guide, em relatório. "Assim, mostra-se propenso a reduzir o estoque de swap cambial de forma gradual."

    Para os analistas da Lerosa Investimentos, apesar do otimismo de investidores com o enfraquecimento do governo, a interrupção das rolagens de swap cambial fizeram efeito em um dia negativo para mercados emergentes, prejudicados pela desvalorização das commodities.

    No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 fechou em queda de 13,740% para 13,725%, enquanto o DI para janeiro de 2021 recuou de 13,710% para 13,500%.

    O CDS (credit default swap), espécie de seguro contra calote e indicador da percepção de risco do país, recuava 4,00%, aos 371,120 pontos.

    BOLSA

    O Ibovespa fechou em alta de 0,62%, aos 51.154,99 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,125 bilhões. Somente em março, o índice acumula valorização de 19,5%, caminhando para ser o melhor mês para a Bolsa desde dezembro de 1999, quando avançou 24%.

    As ações da Petrobras subiram 0,59% na PN (a R$ 8,49) e ficaram estáveis na ON (a R$ 10,63), apesar da queda dos preços do petróleo pelo quarto pregão seguido.

    Em Londres, o Brent perdia 2,61%, a US$ 39,22 o barril; nos EUA, o WTI caía 2,72%, a US$ 38,32, em meio às preocupações com o excesso de oferta mundial.

    As ações da Vale terminaram a sessão em queda, acompanhando a queda do preço do minério de ferro na China pela quinta sessão consecutiva. Vale PNA perdeu 0,70%, a R$ 11,31; Vale ON recuou 0,52%, a R$ 15,09.

    No setor financeiro, Itaú Unibanco PN ganhou 0,59%; Bradesco PN, +1,74%; Banco do Brasil ON, +2,98%; Santander, +0,51%; e BM&FBovespa ON, -1,20%.

    Ari Santos, gerente de renda variável da H.Commcor, diz que o Ibovespa continuará oscilando por conta do cenário político, com viés de valorização em função das expectativas de saída da presidente Dilma Rousseff do poder. "Essa alta do índice [nas últimas semanas] é por causa da parte política; se fosse pela econômica, era para estar caindo", ressalta.

    EXTERIOR

    Na Bolsa de Nova York, os índices terminaram em alta após o discurso de Yellen. O Dow Jones subiu 0,56%, o S&P 500 ganhou 0,88%; o Nasdaq, +1,67%.

    A presidente do Fed disse que os riscos globais não devem ter um impacto profundo sobre os EUA, mas que ainda é apropriado que o banco central norte-americano proceda de "forma cautelosa" ao elevar os juros.

    Na semana passada, dois presidentes regionais do Fed haviam indicado que os juros nos EUA poderiam voltar a subir mais rápido do que o esperado, inclusive na próxima reunião da autoridade monetária, em abril. Mas, com as declarações de Yellen, investidores veem menos chances de que um aumento ocorra logo. Tanto que o dólar passou a cair ante as principais moedas globais, com exceção do real.

    As Bolsas europeias fecharam no campo positivo, antes do discurso de Yellen, com exceção de Londres, que teve baixa de 0,01%. Paris, +0,85%; Frankfurt, +0,37%; Madri, +0,21% e Milão, +0,03%.

    Na Ásia, os principais índices acionários terminaram em queda.

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