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    Saldo comercial de março é o maior já registrado para o mês

    MACHADO DA COSTA
    DE BRASÍLIA

    01/04/2016 15h33

    O saldo comercial de março foi o maior já registrado desde o início da série histórica, iniciada em 1989. O superavit da balança alcançou US$ 4,4 bilhões, informou nesta sexta-feira (1º) o Ministério do Desenvolvimento (Mdic).

    Há um ano, em março de 2015, o saldo da balança ficou positivo em US$ 460 milhões. Assim, o crescimento do superavit ficou em 864%.

    A explicação para o saldo está nas quedas das importações, que somaram US$ 11,6 bilhões, uma redução de 30% em relação a março do ano anterior, que refletiram um menor preço dos produtos e também um menor volume da quantidade importada.

    As exportações também caíram, mas apenas 5,8%, e somaram US$ 16 bilhões.

    SALDO POSITIVO - Queda das importações impactou o superavit da balança comercial<br><br><b>Saldo da balança comercial brasileira, em US$ bi</b>

    Essa redução é explicada principalmente pelo preço, já que em volume, o Brasil está caminhando para mais um ano recorde.

    "Conseguimos um volume recorde em 2015 e estamos caminhando para outro em 2016", afirma Herlon Brandão, diretor da Secretaria de Comércio Exterior do Mdic.

    No primeiro trimestre do ano, o saldo alcançou US$ 8,4 bilhões -diferença entre US$ 40,6 bilhões em exportações e US$ 32,2 bilhões em importações.

    Para os três primeiros meses do ano, o saldo alcançado é o terceiro maior para o trimestre e o melhor desde 2007, quando a balança alcançou superavit para US$ 8,7 bilhões.

    Em 2015, entre janeiro e março, a balança registrou deficit de US$ 5,5 bilhões.

    A exportação de itens os básicos, produzidos pela indústria extrativa mineral e pela agropecuária, foi a que mais sofreu no trimestre, com uma queda 5,4%.

    Os bens industrializados também sofreram uma redução de 3,9% no trimestre.

    O panorama dos itens básicos reflete principalmente a queda do preço em dólar da soja, do minério de ferro e do petróleo.

    Principais produtos da balança em março -

    Apesar do aumento do volume de exportação, que em quantidade relativa cresceu 15,7%, os preços médios caíram 17,4% entre março do ano passado e deste ano.

    Pelo lado da importação, os preços também caíram e ajudaram a reduzir a conta. Em média, ficaram 9% abaixo na comparação entre março deste ano e do ano passado. No entanto, a principal explicação para a redução está na quantidade relativa importada, que ficou 23,1% abaixo.

    Para Brandão, a queda tanto do volume, quanto do valor, reflete a menor atividade econômica do país.

    CONTA PETRÓLEO

    O país vem reduzindo seu deficit balança comercial do petróleo, que leva em conta não só o óleo bruto, mas também seus derivados.

    Em março deste ano, a deficit ficou em US$ 470 milhões, enquanto que no mesmo mês do ano passado esse valor ficou em US$ 788 milhões.

    No trimestre, o deficit está em US$ 816 milhões. Há um ano, somava US$ 3,3 bilhões.

    Brandão afirma que a queda do preço internacional, o aumento do percentual do álcool e do biodiesel na gasolina e no diesel, respectivamente, além do crescimento nacional da produção de petróleo bruto favoreceram à redução do deficit.

    "Estamos com uma demanda menor por derivados de petróleo, muito em conta pelo aumento da produção de outros combustíveis, mas também por uma queda do consumo interno", diz Brandão.

    CORREÇÃO

    O Mdic fez uma correção nas contas da balança comercial apresentadas na semana anterior. De acordo com Brandão, um erro de um exportador havia elevado as vendas nacionais em US$ 331 milhões.

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