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    NetFlix, YouTube e Habib's fazem 'pegadinha' no Dia da Mentira

    DE SÃO PAULO
    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    01/04/2016 18h01

    Helen Sloan/The New York Times
    An undated handout photo of Emilia Clarke in season 5 of the popular HBO series Game of Thrones. HBO has announced a new $14.99 a month streaming service that will offer all of its original programming, past and present, as well as its movie offerings, available exclusively on Apple devices for three months once it begins in early April 2015. (Helen Sloan/HBO via The New York times) --NO SALES; FOR EDITORIAL USE ONLY WITH STORY SLUGGED HBO STREAMING BY EMILY STEEL. ALL OTHER USE PROHIBITED. ORG XMIT: XNYT91 ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***LEGENDA DO JORNALDaenerys Targaryen (Emilia Clarke) em 'Game of Thones
    Daenerys Targaryen (Emilia Clarke) em "Game of Thrones"

    No dia 1º de abril, a "propaganda enganosa" está liberada –se for uma brincadeira sem má-fé, claro.

    Empresas como NetFlix, YouTube, Azul e Habib's aproveitaram o Dia da Mentira para soltar a criatividade e divulgar em seus canais oficiais na internet campanhas e notícias falsas. E as ações renderam.

    No Facebook, o Habib's lançou sua "última novidade": a esfiha sabor feijoada. "A bib'sfiha mais brasileira que você já viu", disse a empresa na postagem. E ela ainda vinha com uma promoção. "Toda quarta e sábado, peça 1, leve 2".

    Em seis horas, foram mais de 29 mil curtidas e 5.000 comentários –incluindo dicas da empresa de que se tratava de uma brincadeira. "Te deu água na boca? Mas você se lembra que dia é hoje?", escreveu o Habib's em um comentário.

    O Netflix usou a mesma rede social para levar os fãs de Game of Thrones à loucura, por alguns minutos. "Atendendo a pedidos, finalmente ‪#‎GoT chegou à Netflix", dizia a postagem, acompanhada de um vídeo. Game of Thrones, apelidada carinhosamente de GoT, assim como todas as séries produzidas pela HBO, não está no catálogo da plataforma.

    Mas bastava clicar no link para perceber que se tratava, na verdade, de um capítulo da série "Glauber, o Tijolo". Criada especialmente para a ação, a série tem três capítulos e rendeu 61 mil curtidas em oito horas.

    Em comunicado, a Azul Linhas Aéreas Brasileiras anunciou, hoje, uma "decisão histórica": "A companhia será a primeira aérea do mundo a retomar os voos com os jatos supersônicos Concorde", disse.

    A empresa afirmou ter encomendado cinco unidades da aeronave, e o plano é dar início aos voos regulares em junho. Com o jato, seria possível voar de São Paulo ao Rio de Janeiro e a Belo Horizonte em 15 minutos, ou fazer São Paulo-Marília em oito minutos.

    O problema é que a aeronave anglo-francesa desenvolvida nos anos 1960 foi aposentada em 2003.

    E um olhar mais atento à nota traria algumas dicas da "pegadinha". "Para Abhi Shah, vice-presidente de Receitas da Azul, o histórico de preços baixos do combustível de aviação torna os custos de operação do Concorde imbatíveis", diz o comunicado. Mas um dos fatores que levou à aposentadoria do Concorde foi exatamente o seu altíssimo consumo de combustível.

    Para Marcelo Pontes, líder da área de marketing da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), não há problema nas ações, desde que fique claro que se trata de uma brincadeira.

    "O principal objetivo das empresas é ligar sua marca a algo bem-humorado e reforçar sua presença na mídia, para manter a lembrança da marca e, neste caso, associada a um sorriso", diz.

    Pontes explica que a propaganda enganosa envolve comprovada má-fé. "Se o consumidor se sentir lesado de alguma forma e entrar em contato com a empresa, ela deve se desculpar e explicar que se tratava de uma brincadeira. Se a questão for levada para fora da empresa, ao Conar [Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária], por exemplo, acredito que a instituição compreenderia que se trata claramente de uma brincadeira".

    NO EXTERIOR

    As pegadinhas de 1º de abril são tradicionais em empresas nos Estados Unidos. Em ano de eleição por lá, o setor de publicidade precisou ser criativo para bolar "pegadinhas" que se destacassem do ruído diário da campanha presidencial.

    "É cada vez mais desafiador se destacar", disse Rachael King, porta-voz da ThirdLove, fabricante de lingerie que fez uma parceria com a DogVacay, um serviço de babás para animais de estimação, para divulgar uma falsa linha de sutiãs para cadelas.

    As "pegadinhas" de celebridades tiveram destaque também no YouTube. O rapper Snoop Dogg usou a plataforma de vídeo para apresentar uma fictícia experiência de realidade virtual chamada "SnoopaVision", contou Lauren Verrusio, porta-voz do Google, dono do YouTube.

    Vídeo

    O Google também entrou na brincadeira, e adicionou um botão no Gmail que, depois de enviado, impedia que o usuário recebesse novas mensagens. Mas a pegadinha irritou usuários, muitos dos quais clicaram acidentalmente no botão.

    Depois das reclamações, o Google excluiu o recurso e pediu desculpas pela brincadeira. "Parece que fizemos um trote contra nós mesmos neste ano. Devido a uma falha, o MicDrop inadvertidamente causou mais dores de cabeça do que risadas", afirmou a empresa em um comentário oficial.

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