• Mercado

    Monday, 29-Apr-2024 09:53:47 -03

    o impeachment

    Bolsa recua com incerteza política; dólar cai sem ação do BC na compra

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    06/04/2016 13h16

    Alessandro Shinoda - 8.ago.2011/Folhapress
    Operadores do pregão na BM&FBovespa, em São Paulo
    Operadores do pregão na BM&FBovespa, em São Paulo

    A tom negativo prevalece no cenário doméstico nesta quarta-feira (6), com os investidores aguardando novos lances da crise política. O Ibovespa opera em queda de quase 1%, apesar do clima mais favorável no exterior. O dólar mostra volatilidade ante o real, e há pouco estava em baixa, em dia em que o Banco Central não realizou leilão de swap cambial reverso. Os juros futuros sobem, assim como o CDS (credit default swap), indicador da perceção de risco do Brasil.

    O principal índice da Bolsa paulista recuava 0,98%, aos 48.573,57 pontos, pressionado principalmente pelos papéis do setor financeiro. Itaú Unibanco PN perdia 1,64%; Bradesco PN, 2,65%; Banco do Brasil ON, -0,70%; Santander unit, -1,11%; e BM&FBovespa ON, -2,56%.

    As expectativas estavam voltadas para a reunião do PP que estava marcada para esta tarde. No entanto, segundo o presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI) o partido permanecerá na base de apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff até a votação do processo de impeachment no plenário da Câmara dos Deputados.

    Os investidores também aguardam a apresentação do parecer do relator do processo de impeachment, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), que deve ser favorável ao afastamento de Dilma.

    "Além disso, há muitos deputados indecisos sobre como vão votar o impeachment no plenário", comenta Luis Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos. "E a discussão sobre uma possível nova eleição presidencial em outubro sinaliza que a crise política pode ser postergada, o que aumenta ainda mais o clima de indefinição", acrescenta.

    O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) afirmou nesta quarta-feira que a ideia de se fazer um plebiscito para decidir sobre a realização de novas eleições gerais é um cenário "que não pode ser descartado" e que tem ser levado em consideração para que a sociedade possa ter saídas no futuro.

    As ações da Petrobras, porém, tinham alta de 0,25%, a R$ 7,85 (PN), e de 2,44%, a R$ 10,06 (ON), beneficiadas pelo avanço do petróleo no mercado internacional.

    Os papéis da Vale subiam 0,17%, a R$ 11,70 (PNA), e 1,11%, a R$ 15,46 (ON).

    DÓLAR

    O dólar operava com volatilidade mais cedo, acompanhando a indefinição no campo político, mas há pouco caía. O Banco Central não realizou nesta sessão leilão de swap cambial reverso, que equivale à compra futura de dólar pelo BC, mas rolou os 5.500 contratos de swap cambial tradicional propostos.

    DÓLAR
    Saiba mais sobre a moeda americana
    NOTAS DE DÓLAR

    O swap cambial tradicional corresponde à venda futura de dólar. Se mantiver as rolagens diárias em 5.500 contratos até o fim do mês, o BC terá rolado metade dos contratos que vencem em maio.

    A moeda americana à vista recuava 0,51%, a R$ 3,6562; o dólar comercial caía 0,57%, a R$ 3,6590. "O mercado está se ajustando à estratégia do BC, que é de atuar de forma sutil no câmbio, sem causar oscilações bruscas na moeda", comenta Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

    A forte alta do petróleo no mercado internacional contribui para a valorização do real nesta sessão.

    No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 subia de 13,800% para 13,810%; o DI para janeiro de 2021 avança de 13,990% para 14,070%.

    O CDS, espécie de seguro contra calote do país, subia 1,08%, para 390,003 pontos.

    EXTERIOR

    No cenário externo, as atenções estão voltadas para a ata da última reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), que manteve a taxa básica de juros americana inalterada. A divulgação será às 15h (de Brasília). O mercado espera que a ata dê sinalizações sobre o rumo dos juros na próxima reunião da autoridade monetária.

    A alta do petróleo, porém, impulsionou as Bolsas globais. Em Londres, o petróleo Brent ganhava 4,46%, a US$ 39,56 o barril; em Nova York, o WTI subia 4,85%, a US$ 37,63.

    O motivo para a forte alta foi que os estoques de petróleo nos EUA caíram 4,9 milhões de barris na semana encerrada em 1 de abril. As expectativas dos analistas eram de um aumento de 3,2 milhões de barris.

    A cotação da commodity vem sendo pressionada em função do excesso de oferta global.

    Em Nova York, o Dow Jones subia 0,52%, o S&P 500, +0,60% e o Nasdaq, +0,98%.

    Na Europa, as Bolsas fecharam em alta, recuperando-se das fortes perdas da terça-feira (5): Londres ganhou 1,16%; Paris, +0,81%; Frankfurt, +0,64%; Madri, +0,13%; e Milão, +0,77%.

    Na Ásia, os índices acionários fecharam com sinais mistos.

    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024