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    o impeachment

    Bolsa recua quase 2% com incerteza política; exterior e BC fazem dólar cair

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    06/04/2016 17h42

    A percepção de que o impeachment da presidente Dilma Rousseff ficou menos provável levou o Ibovespa a cair quase 2% nesta quarta-feira (6). O dólar, no entanto, recuou ante o real, influenciado pelo cenário externo positivo e pelo fato de o Banco Central não ter realizado swap cambial reverso, que equivale à compra futura da moeda americana.

    O principal índice da Bolsa paulista fechou em baixa de 1,95%, aos 48.096,24 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,029 bilhões, no mesmo nível das duas últimas sessões, porém mais baixo do que nas semanas anteriores, quando as expectativas em relação ao impeachment eram maiores.

    Segundo analistas, como vários deputados ainda não se posicionaram em relação ao afastamento da presidente Dilma Rousseff, prevalece o clima de incertezas.

    "Além disso, a discussão sobre uma possível nova eleição presidencial sinaliza que a crise política pode ser postergada, o que não agrada ao mercado", comenta Luis Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos.

    Ibovespa reage ao cenário político - Variação do Ibovespa em 2016, em pontos

    O nervosismo dos investidores aumentou após a afirmação do presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), de que o partido permanecerá na base governista até a votação do processo no plenário da Câmara dos Deputados.

    Em a uma sessão tumultuada, o deputado Jovair Arantes (PTB-GO), relator da comissão especial que analisa o pedido de impeachment, fez à tarde a apresentação de seu relatório, que, conforme esperado, foi favorável ao afastamento da presidente.

    MOEDAS PELO MUNDO - Variação da cotação em relação ao dólar, em %

    "Em meio a toda esta indefinição, muitos investidores aproveitam para realizar lucros", comenta Ari Santos, gerente de renda variável da H.Commcor.

    No setor financeiro, Itaú Unibanco PN perdeu 2,86%; Bradesco PN, -3,06%; Banco do Brasil ON, -0,92%; Santander unit, -1,76%; e BM&FBovespa ON, -4,22%.

    As ações preferenciais da Petrobras fecharam em baixa de 3,19%, a R$ 7,58, e as ordinárias perderam 0,91%, a R$ 9,73, apesar da forte alta do petróleo no mercado internacional.

    Os papéis da Vale perderam 2,39%, a R$ 11,40 (PNA) e 1,43%, a R$ 15,07 (ON).

    O cenário político incerto fez os juros futuros subirem. O DI para janeiro de 2017 passou de 13,800% para 13,840%, e o DI para janeiro de 2021 avançou de 13,990% para 14,120%.

    O CDS (credit default swap), espécie de seguro contra calote e outro indicador da percepção de risco do país, subia, mas inverteu o sinal, passando a cair 0,06%, aos 385,575 pontos, em função da queda do dólar.

    DÓLAR

    A moeda americana à vista fechou em baixa de 0,23%, cotada a R$ 3,6667, e o dólar comercial perdeu 0,89%, a R$ 3,6470.

    O Banco Central não realizou leilão de swap cambial reverso, equivalente à compra futura da moeda americana pela autoridade monetária, o que favoreceu a queda do dólar ante o real.

    Mas a maior influência para o mercado de câmbio doméstico foi o cenário externo. A ata da última reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) confirmou que a autoridade monetária adotará a cautela para subir os juros americanos. A divulgação do documento fez com que o dólar perdesse força ante as demais moedas.

    O petróleo em alta também beneficiou as moedas de países emergentes, como o real.

    Dólar volta a cair ante o real - Variação da moeda americana à vista, em R$

    EXTERIOR

    Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones fechou com ganho de 0,64%; o S&P 500, +1,05%, e a Nasdaq, +1,59%, impulsionados pela alta do petróleo e a ata do Fed.

    Em Londres, o petróleo Brent ganhava 4,99%, a US$ 39,76 o barril; em Nova York, o WTI subia 5,38%, a US$ 37,82, após a noticia de que os estoques da commodity nos EUA caíram 4,9 milhões de barris na semana encerrada em 1 de abril. Analistas esperavam alta de 3,2 milhões de barris. As cotações do petróleo vêm sendo pressionadas pelo excesso de oferta global.

    Na Europa, as Bolsas fecharam em alta, antes da divulgação da ata do Fed: Londres ganhou 1,16%; Paris, +0,81%; Frankfurt, +0,64%; Madri, +0,13%; e Milão, +0,77%.

    Na Ásia, os índices acionários fecharam com sinais mistos.

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