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    Brasil pode voltar a crescer em 2017 com fim da crise política, diz FMI

    MARCELO NINIO
    DE WASHINGTON

    12/04/2016 12h21

    A economia brasileira poderá retomar o crescimento em 2017, caso a o impasse político seja resolvido ao longo deste ano, afirma o FMI (Fundo Monetário Internacional).

    Em seu relatório com projeções para a economia global lançado nesta terça (12), o fundo prevê que o PIB do país sofrerá contração de 3,8% em 2016, o mesmo recuo do ano passado, atingindo zero de crescimento em 2017, mas com possível viés de alta.

    "Ao longo do tempo, o Brasil voltará a um estado bem mais normal e o crescimento deve voltar a ficar positivo em algum momento de 2017", disse Oya Celasun, chefe da divisão de Estudos Mundiais do Fundo, em entrevista coletiva para o lançamento do relatório "Panorama Econômico Global".

    SÓ DEPOIS DE 2017 - Relatório do FMI projeta crescimento zero para o Brasil no próximo ano

    Quando o ambiente político no Brasil voltar ao normal as autoridades "terão tempo e espaço" para implementar as políticas necessárias, afirmou a economista.

    "Num ambiente doméstico mais cômodo e potencialmente com algumas reformas estruturais, as condições estarão criadas para o retorno a taxas de crescimento bem mais normais", disse Celasun. "O ponto é que a economia deve estabilizar e voltar a ter crescimento positivo em algum momento de 2017".

    Ela afirmou que é difícil distinguir entre razões políticas e econômicas para a recessão no Brasil.

    "A recessão brasileira vem de uma confluência de fatores. Primeiro veio a queda nos preços das commodities, o que significou queda de receita para o Brasil. Houve um ajuste, com atraso, nos preços administrados, que pesaram na demanda. A confiança fraca, que vem da necessidade de um ajuste fiscal, e atrasos na articulação e implementação de um plano para isso. A incerteza política é parte deste mix, afetando a confiança", disse a economista, acrescentando "o aperto das condições financeiras" como fator adicional de pressão.

    Na entrevista coletiva, o economista-chefe do FMI, Maurice Obstfeld, chamou a atenção para a lenta recuperação da economia mundial e disse que não há motivo para alarme, mas preciso ficar alerta.

    SÓ DEPOIS DE 2017 - As projeções para a economia brasileira, em %

    "O crescimento global continua, mas em um ritmo crescentemente decepcionante que deixa a economia mundial mais exposta a riscos negativos", disse Obstfeld. "O crescimento tem sido lento demais por tempo demais".

    De acordo com a projeção do Fundo, o PIB global terá um ligeiro aumento, de 3,1% em 2015 para 3,2% neste ano, um corte de 0,3 pontos percentuais em relação à última projeção, de janeiro.

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