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    o impeachment

    Dólar cai a R$ 3,47 mesmo com ação do BC; Bolsa fecha em alta de 2,21%

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    13/04/2016 18h17

    Alan Marques/Folhapress
    A presidente Dilma Rousseff dá entrevista em seu gabinete no Palácio do Planalto
    A presidente Dilma Rousseff dá entrevista em seu gabinete no Palácio do Planalto

    Dados fortes da balança comercial chinesa levaram bom humor aos mercados globais nesta quarta-feira (13). No campo doméstico, além da influência do cenário externo, predominaram as apostas de investidores de que haverá o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

    Apesar de mais uma forte atuação do Banco Central, o dólar comercial terminou em queda, no patamar de R$ 3,47, renovando a cotação mínima do ano. O Ibovespa fechou com alta superior a 2%, acima dos 53.000 pontos, no maior nível desde 14 de julho do ano passado. Os juros futuros recuaram, assim como o CDS (credit default swap), indicador da percepção de risco do país.

    O dólar comercial fechou em baixa de 0,48%, a R$ 3,4770, mesmo após o BC ter realizado mais leilões de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares pela autoridade monetária. A moeda americana à vista terminou em queda de 0,07%, cotada de R$ 3,5364.

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    A autoridade monetária colocou nesta sessão 105.000 contratos de swap cambial reverso em cinco operações ao longo do dia, totalizando US$ 5,250 bilhões. Na terça-feira (12), o BC já havia feito operação recorde de US$ 8 bilhões em swap cambial reverso.

    Como na sessão anterior, a autoridade monetária não realizou nesta quarta-feira rolagem de swap cambial tradicional, que corresponde à venda futura de dólar pelo BC.

    Com as operações de swap cambial reverso e a suspensão da rolagem de contratos de swap tradicional, o BC aproveita para reduzir sua posição vendida. O estoque de swap cambial tradicional do BC está agora em cerca de US$ 86,5 bilhões.

    Segundo analistas, a ação do BC está correta, na medida em que a instituição reduz sua posição vendida em swap cambial e controla a queda exagerada da moeda americana ante o real.

    O movimento de baixa do dólar decorre das expectativas de investidores de que haverá o impeachment da presidente Dilma.

    Com isso, dizem os profissionais, a autoridade monetária sinaliza que o dólar a R$ 3,50 é um patamar confortável para combater a inflação sem prejudicar os exportadores.

    "Mas a pressão de queda do dólar, em função das expectativas em relação ao impeachment, é tão grande que as intervenções do BC não estão sendo suficientes para segurar a cotação", comenta Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora. "Muitos investidores estão desfazendo suas posições compradas em dólar", acrescenta.

    Os juros futuros recuaram: o contrato de DI para janeiro de 2017 caiu de 13,750% na véspera para 13,650%; o DI para janeiro de 2021 passou de 13,480% para 13,140%.

    O CDS (credit default swap), espécie de seguro contra calote e indicador da percepção de risco do país, recuou 4,78%, para 343,498 pontos, no menor nível desde 28 de agosto do ano passado (331,232 pontos).

    BOLSA

    O principal índice da Bolsa paulista fechou em alta de 2,21%, aos 53.149,84 pontos, no maior patamar desde 14 de julho de 2015 (53.239,18 pontos). O giro financeiro foi de R$ 25,102 bilhões, inflado pelo vencimento de opções sobre o índice.

    "O Ibovespa chegou a subir mais de 3% mais cedo, mas nas três últimas horas do pregão reduziu a alta, influenciado pela volatilidade do vencimento de opções e por alguma realização de lucros", explica um operador. "Mas os investidores continuam apostando na mudança do governo. Além disso, o cenário externo positivo ajudou a Bolsa", acrescenta.

    Os investidores começaram a sessão repercutindo a adesão das bancadas do PP e do PRB ao impeachment.

    À tarde, a notícia de que, por 30 votos a 8, a bancada do PSD decidiu orientar o voto favorável à destituição de Dilma Rousseff no plenário da Câmara dos Deputados também animou o mercado.

    No setor financeiro, Banco do Brasil ON subiu 1,04%; Itaú Unibanco PN, +1,23%; Bradesco PN, +0,92%; Santander unit, +0,17%; e BM&FBovespa ON, +4,04%.

    As ações preferenciais da Petrobras ganharam 5,31%, a R$ 9,51, e as ordinárias avançaram 4,22%, a R$ 11,83, mesmo com os preços do petróleo em baixa nesta sessão.

    Os papéis PNA da Vale subiram 4,22%, a R$ 14,80, e os ON avançaram 4,42%, a R$ 19,57, com o avanço do minério de ferro na China pelo terceiro dia seguido.

    Os papéis de siderúrgicas tiveram forte alta: CSN ON, +20,33%; Gerdau PN, +8,44% e Usiminas PNA, +11,55%, com expectativas de aumento da demanda de aço pela China.

    EXTERIOR

    O bom humor global nesta sessão decorreu principalmente dos dados sobre o comércio exterior da China melhores do que o esperado pelo mercado.

    As exportações da China cresceram 11,5% em março na comparação com o mesmo período do ano anterior, o primeiro aumento desde junho e o maior desde fevereiro de 2015. As importações caíram 7,6%, menos do que o esperado.

    Os números sobre o comércio exterior da China deram sinais de que a desaceleração da segunda maior economia do mundo está se aproximando do fim.

    Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones fechou em alta de 1,06%, o S&P 500, +1,00% e o Nasdaq, +1,55%. Os índices americanos foram impulsionados pela alta das ações do banco JPMorgan, cujo lucro do primeiro trimestre veio acima das expectativas do mercado.

    As Bolsas europeias fecharam com altas expressivas: Londres (+1,93%); Paris (+3,32%); Frankfurt (+2,71%); Madri (+3,21%); Milão (+4,13%).

    Na Ásia, as Bolsas também subiram com o otimismo provocado pelos dados da balança comercial chinesa.

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