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    Bufês infantis trocam eletrônicos por brincadeiras das antigas

    ADRIANA FONSECA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    17/04/2016 01h00

    Música alta, brinquedos eletrônicos barulhentos e salgadinhos fritos compõem o cenário mais comum dos aniversários em bufê infantil. Mas há quem venha rompendo com esse padrão.

    São espaços de festa com música ambiente, brincadeiras à moda antiga -nas quais os convidados interagem uns com os outros- e sucos e comida naturais.

    Uma das que investem nesse nicho é Renata Sanchez, 43, sócia do No Galpão, no bairro de Pinheiros, em São Paulo.

    O bufê, que tem tirolesa, arvorismo e oficinas, realiza cerca de 28 festas por mês.

    Desde o fim do ano, no entanto, houve uma diminuição nos pedidos de eventos.

    Para reverter o cenário, ela criou um pacote de "festa escolar", feita em dias úteis, pela manhã, com duração de três horas. O modelo, para 30 crianças e 10 adultos, custa R$ 3.900. A comemoração tradicional no fim de semana chega a R$ 11 mil para 50 pessoas.

    Além disso, Sanchez passou a incentivar que duas crianças comemorem juntas, na mesma festa, seus aniversários. O modelo já representa 10% das vendas.

    O VillAlegre, inaugurado em 2014 na Vila Leopoldina, também na zona oeste de São Paulo, faz caça ao tesouro e tem parede de escalada.

    "Antes de abrir, fiz uma pesquisa e vi que os bufês mais buscados iam nessa linha de pouco barulho e de proporcionar interação entre os convidados", diz Clésia Façanha, dona do lugar.

    Ela investiu cerca de R$ 800 mil para montar o espaço, que recebe, em média, cinco festas por semana.

    Os pacotes variam de R$ 8.600 a R$ 10.700 para cem pessoas. De segunda a quinta, há 20% de desconto.

    A festa escolar no VillAlegre, para 25 crianças e 10 adultos, sai por R$ 3.200.

    PONTO

    Esse tipo de bufê é uma tendência, diz a consultora de marketing e vendas do Sebrae-SP Beatriz Micheletto.

    "Os eletrônicos tomaram muito espaço na vida da nova geração, então os pais querem 'desplugar' as crianças ao menos nas festas", diz.

    Não há dados que mostrem o desempenho do setor, mas, para Micheletto, ainda há demanda por bufês infantis.

    A dica que a consultora dá a quem pretende ingressar na área é ter cuidado na escolha do ponto. "Os moradores do entorno precisam ter poder aquisitivo para comprar a festa, porque os paulistanos buscam locais próximos de casa para o aniversário."

    Antes de montar o Espaço Boo, na Vila Romana, em 2014, David Simon, 38, frequentou palestras e buscou orientação de consultorias.

    O empresário investiu cerca de R$ 1 milhão, instalou brinquedões em que os adultos podem entrar com as crianças e chamou um chef para desenvolver um cardápio saudável, que inclui pratos com abobrinha e espinafre.

    "Priorizamos a comida para não ficar igual a todo mundo", diz Simon.

    Hoje, o Espaço Boo recebe cerca de 25 festas por mês, em pacotes que vão de R$ 4.000 a R$ 6.500 para 50 pessoas.

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