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    Indenização a transmissoras de energia será paga a partir de 2017

    DA REUTERS

    22/04/2016 15h35

    Edson Silva - 22.mar.2013/Folhapress
    Linha de transmissão de energia que percorre cerca de 2.000 KM no interior de São Paulo
    Linha de transmissão de energia que percorre cerca de 2.000 KM no interior de São Paulo

    As indenizações bilionárias devidas pelo governo federal a empresas de transmissão de energia, como a privada Cteep e subsidiárias da Eletrobras, serão pagas às empresas a partir de 2017, por meio da cobrança de valores nas tarifas dos consumidores, definiu portaria do Ministério de Minas e Energia no Diário Oficial desta sexta-feira (22).

    Em março, o ministério havia afirmado que os pagamentos às transmissoras deveriam ter início apenas em 2019, pois havia preocupação com o repasse de custos aos consumidores após os elevados reajustes tarifários em 2015.

    Em entrevista recente à Reuters, no entanto, o presidente de uma associação de investidores em transmissão, Abrate, Mario Miranda, disse que as indenizações teriam impacto de "menos de 2%" sobre as tarifas.

    De acordo com o ministério, os valores homologados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para as indenizações passarão a compor a base de remuneração das transmissoras, por meio dos reajustes periódicos concedidos pelo órgão regulador. Esse processo deve ocorrer por um período de oito anos.

    A definição encerra uma longa espera das empresas pelo pagamento dos valores, prometidos no final de 2012, quando o governo federal promoveu um pacote de medidas para reduzir as tarifas de energia e ofereceu às transmissoras a renovação antecipada de seus contratos de concessão, mas com tarifas menores.

    Inicialmente, a Cteep, maior empresa privada do segmento, decidiu não aceitar a proposta, o que fez com que o governo prometesse às concessionárias indenizações por todos investimentos feitos nas linhas de energia e ainda não amortizados até então.

    "O custo de capital correspondente aos ativos... será composto por parcelas de remuneração e depreciação, acrescidos dos devidos tributos, observada a legislação societária, e será reconhecido a partir do processo tarifário de 2017", afirma o ministério na portaria.

    Não estava claro imediatamente quanto isso pode representar de impacto para as tarifas.

    Os valores serão definidos de acordo com a vida residual dos ativos indenizações e atualizados pelo IPCA.

    O custo de capital não incorporado desde a renovação das concessões, no final de 2012, até o processo tarifário, será atualizado e remunerado pelo custo de capital próprio do segmento de transmissão, definido pela Aneel.

    A Aneel já homologou indenização de 3,9 bilhões de reais para a Cteep, além de 10 bilhões para as subsidiárias da Eletrobras, Furnas e Eletrosul.

    A Eletrobras estima ter mais cerca de 8,5 bilhões de reais a receber por suas controladas Chesf e Eletronorte, valores ainda não homologados pela Aneel, enquanto estatais estaduais, como Cemig e Copel, também aguardam definição de valores pelo regulador.

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