• Mercado

    Monday, 29-Apr-2024 07:02:36 -03

    o impeachment

    Bolsa fecha no maior patamar em 11 meses com cenário político e Fed

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    27/04/2016 17h49

    Pedro Ladeira/Folhapress
    Temer, se reúne com o presidente do senado, Renan Calheiros, e o presidente do PSDB, Aécio Neves
    Temer se reúne com o presidente do senado, Renan Calheiros, e o presidente do PSDB, Aécio Neves

    O Ibovespa encerrou a quarta-feira (27) na maior pontuação em pouco mais de 11 meses, acima dos 54.000 pontos. Desde a sessão anterior, o mercado doméstico vem demonstrando otimismo com um virtual governo de Michel Temer. Mas o índice intensificou a alta após a decisão de política monetária do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA).

    O dólar comercial operava com valorização ante o real, mesmo sem atuação do Banco Central no mercado de câmbio, em função da cautela pré-comunicado do Fed. No entanto, a moeda americana acabou fechando perto da estabilidade.

    O Fed sinalizou que poderá haver um aumento das taxas em junho, mas reiterou que a alta dos juros americanos será gradual, o que animou os investidores. Com isso, o dólar perdeu força frente a boa parte das moedas globais, favorecendo os ativos de maior risco.

    O principal índice da Bolsa paulista fechou em alta de 2,63%, aos 54.477,78 pontos. É a maior pontuação desde 25 de maio do ano passado (54.609,25 pontos). O giro financeiro foi de R$ 8,3 bilhões.

    Predomina desde terça-feira (26) na Bolsa o otimismo com o provável governo sob o comando do atual vice-presidente Michel Temer.

    "O mercado está gostando dos nomes que têm sido sondados para compor o governo Temer, como o do ex-presidente do BC Henrique Meirelles no Ministério da Fazenda", afirma Ari Santos, gerente de renda variável da corretora H.Commcor.

    "Além disso, para dar sequência à governabilidade do país, o vice-presidente está se preparando para assumir a Presidência já com um plano de atuação definido, o que tem agradado aos investidores." Santos diz ainda que o aceno de que o PSDB apoiará Temer também é outro fator de otimismo, "porque assim o novo governo será mais coeso".

    A maior parte do mercado dá como certa a aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado.

    Bolsa atinge o maior patamar em 11 meses - Ibovespa, em pontos

    As ações da Petrobras subiram 5,99%, a R$ 10,25 (PN) e 4,85%, a R$ 13,40 (ON), ajudadas pela alta do petróleo no mercado internacional.

    Em Londres, o petróleo Brent subia 3,13%, a US$ 47,17 o barril; em Nova York, o petróleo WTI ganhava 2,79%, a US$ 45,27 o barril.

    Apesar da queda do minério de ferro na China, as ações PNA da Vale subiram 3,10%, a R$ 15,27, e as ON ganharam 4,06%, a R$ 19,45.

    O setor financeiro também encerrou o pregão com altas expressivas: Itaú Unibanco PN (+3,41%); Bradesco PN (+3,51%); Banco do Brasil ON (+2,52%); Santander unit (+2,35%); e BM&FBovespa ON (+5,43%).

    Sobre o Santander, o lucro recorrente do banco no Brasil subiu 1,7% no primeiro trimestre ante o mesmo período de 2015, para R$ 1,66 bilhão.

    DÓLAR E JUROS

    Pela terceira vez seguida, o Banco Central não anunciou leilão de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares pela autoridade monetária.

    No entanto, a cautela pré-comunicado do Federal Reserve manteve a moeda americana em alta ante o real. O dólar à vista fechou com valorização de 0,60%, a R$ 3,5478, antes do anúncio do BC americano, que manteve os juros na faixa entre 0,25% e 0,50%.

    Já o dólar comercial terminou com leve alta de 0,08%, a R$ 3,5230, com os investidores digerindo o comunicado do Fed. O dólar futuro para maio recuava 0,16%, para R$ 3,5295.

    "A depender do resultado, o PIB (Produto Interno Bruto) norte-americano do primeiro trimestre, a ser divulgado nesta quinta-feira (28), pode dar mais clareza sobre o rumo das taxas de juros nos próximos meses", comenta o economista Alfredo Barbutti, da BGC Liquidez.

    Também nesta quarta-feira, o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC anuncia o novo patamar da taxa básica de juros (Selic). A expectativa do mercado é de manutenção da taxa em 14,25% ao ano.

    Os juros futuros fecharam em queda, em um movimento ampliado após a decisão do Fed. O contrato de DI para janeiro de 2017 recuou de 13,545% na véspera para 13,530%, enquanto o DI para janeiro de 2021 caiu 12,760% para 12,570%.

    O CDS (credit default swap), espécie de seguro contra calote e indicador da percepção de risco do Brasil, perdeu 3,12%, para 337,282 pontos, refletindo o otimismo com o cenário político.

    EXTERIOR

    Na Bolsa de Nova York, os índices operavam em baixa, mas inverteram o sinal após o comunicado do Fed. O índice Dow Jones avançou 0,28% e o S&P 500, +0,16%. O Nasdaq, porém, que chegou a cair mais de 1% durante a sessão, pressionado pelas ações da Apple, terminou em queda de 0,51%.

    Na Europa, as Bolsas fecharam majoritariamente em alta, impulsionadas pelo petróleo. Na Ásia, os índices acionários recuaram, com os investidores cautelosos em relação às reuniões de política monetária do Fed e do banco central do Japão. O BC japonês anunciará sua decisão nesta quinta-feira (28).

    Edição impressa
    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024