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    o brasil que dá certo

    Ligada à internet, nova indústria brasileira vira prestadora de serviço especializado

    TONI SCIARRETTA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    28/04/2016 02h00

    A indústria mundial vive um novo impulso com o surgimento de máquinas inteligentes, conectadas à internet, que a tornam prestadora de serviços especializados em suas áreas de atuação. A mudança leva a atividade industrial a assumir também a responsabilidade desde a instalação até treinamento, manutenção, substituição e reciclagem de seus produtos.

    O caminho, aberto ainda nos anos 1970 pelas gigantes da aviação Airbus e Boeing com o leasing de aviões para as companhias aéreas, é realidade para os fabricantes de equipamentos médicos, fotocópias, impressoras, guindastes e até em nichos da indústria automobilística.

    Quanto mais tecnologia empregada, mais ligados à indústria ficam consumidores e clientes. Um exemplo é a Apple, que, de fabricante de computadores e smartphones, se torna provedora de celular, música, guarda de dados, cobrando os clientes pelo custo desse serviço.

    No Brasil, a indústria prestadora de serviço vai desde a Embraer até as fornecedoras de sondas e equipamentos submarinos para a Petrobras explorar petróleo no pré-sal. Para o cliente, a vantagem é que o produto se torna um custo fixo e previsível, no lugar de um investimento sujeito a desgaste e obsolescência.

    Com as máquinas conectadas da chamada internet das coisas, os fabricantes poderão monitorar em tempo real o consumo de energia, desempenho e necessidades de reparos, podendo evitar potenciais acidentes e prejuízos.

    No setor de saúde, os equipamentos de diagnóstico permitirão o acompanhamento de sinais vitais, além da produção de hormônios, enzimas e anticorpos. Isso levará a medicina a atuar mais na prevenção e a economizar recursos maiores gastos com intervenções mais complexas.

    "É a oportunidade para a indústria brasileira dar um salto. O mundo todo está no mesmo patamar testando essa tecnologia", disse Carlos Fadul, diretor da Fundação Certi (Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras).

    Para Rodrigo Custódio, especialista em indústria da consultoria Roland Berger, falta ao país investir mais em telecomunicações, qualificar profissionais e desenvolver uma cultura de inovação. "O Brasil não fez os investimentos necessários, mas pode se inserir nesse mundo com tecnologia mais inovadora. Há oportunidades no agronegócio, mineração e no varejo."

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