• Mercado

    Thursday, 02-May-2024 04:44:28 -03

    Vale pretende retomar projeto bilionário na Argentina

    LUCIANA DYNIEWICZ
    DE BUENOS AIRES

    28/04/2016 02h00

    Após interromper por três anos as obras de um empreendimento de exploração de potássio no rio Colorado, na província argentina de Mendoza, num episódio que gerou conflito com a então presidente Cristina Kirchner, a Vale tenta reativar o projeto. Para isso, planeja reduzir a unidade em mais de dois terços.

    Enquanto a capacidade de produção projetada inicialmente para a mina era de 4,3 milhões de toneladas por ano, o novo plano prevê 1,3 milhão de toneladas.

    Com uma unidade menor, a empresa espera conseguir captar recursos para retomar as obras. Aproximadamente US$ 2,6 bilhões (R$ 9 bilhões na cotação atual) já foram injetados no local.

    O projeto –o maior empreendimento privado à época na Argentina– tinha um orçamento de US$ 6 bilhões. Estima-se que, para concluir a construção no novo formato, seria necessário algo entre US$ 1 bilhão e US$ 1,5 bilhão.

    A Vale informou, por meio de nota, que "um modelo reduzido facilitaria a atração de investidores".

    Entre as alterações necessárias estaria o cancelamento da construção de uma linha férrea –uma produção menor poderia ser transportada por caminhões.

    A companhia, que confirmou estar estudando esse projeto, já colocou à venda parte do material que havia adquirido para as obras da ferrovia.

    Quando o empreendimento foi paralisado, no início de 2013, reuniões foram realizadas entre as presidentes Cristina Kirchner e Dilma Rousseff para tentar reverter a decisão da Vale.

    Para o Brasil, o projeto também era interessante, pois garantiria a compra do produto, que é matéria-prima para fertilizantes, dentro do Mercosul.

    A companhia, porém, argumentou que, com o aumento dos custos, a obra deixava de ser viável. Também pesaram na decisão o recuo do preço do potássio, a crise econômica que a Argentina enfrentava, a criação pelo governo kirchnerista de um imposto para exportações e a sobrevalorização do peso.

    O abandono do projeto foi custoso para a empresa brasileira, que, por um momento, foi proibida pela Justiça argentina de demitir seus funcionários.

    Um acordo foi fechado e a Vale pagou 2,5 salários líquidos para 4.900 trabalhadores.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024