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    Lucro da Vale supera expectativa com alta do minério e valorização do real

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    28/04/2016 08h38

    Eny Miranda/Vale
    Projeto Ferro Carajás, da Vale, no Pará
    Projeto Ferro Carajás, da Vale, no Pará

    A mineradora Vale anunciou lucro de R$ 6,311 bilhões no primeiro trimestre de 2016. O resultado teve a contribuição do aumento dos preços do minério, dos esforços para cortar custos e do impacto da valorização do real na dívida da companhia.

    No mesmo trimestre do ano anterior, a Vale teve prejuízo de R$ 9,538 bilhões. Em 2015, a companhia reportou prejuízo recorde de R$ 44,213 bilhões, impactada pela queda no preço do minério e seus efeitos sobre o valor dos ativos da mineradora.

    Em teleconferência com analistas nesta quinta-feira (28), o presidente da Vale, Murilo Ferreira, destacou a "boa performance operacional", com crescimento na produção de minério de ferro, níquel, cobre e ouro, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

    E destacou os cortes de custos durante o período, que tiveram impacto significativo no resultado. Os custos administrativos e de vendas, por exemplo, caíram 26%, em relação ao quarto trimestre de 2015. Os custos de pesquisa foram reduzidos em 50%.

    "A nossa estratégia é clara com relação ao fortalecimento do balanço e redução da dívida e vamos continuar determinados a entregar esses resultados", afirmou Ferreira, durante a teleconferência. A Vale fechou o trimestre com endividamento líquido de US$ 27,6 bilhões.

    Em dólares, o lucro da empresa foi de US$ 1,776 bilhão no período, superando a previsão média do mercado, de lucro de US$ 1,06 bilhão, segundo pesquisa da Reuters.

    A empresa vinha sofrendo nos últimos trimestres com a queda no preço do minério no mercado internacional. Neste início de 2016, foi beneficiada pela recuperação das cotações: o preço de referência para venda de sua produção passou de US$ 45,1 por tonelada, no fim de 2015, para US$ 54,7 por tonelada.

    A receita da companhia subiu 22,4%, na comparação com o primeiro trimestre de 2015, para R$ 22,067 bilhões. O Ebitda, que representa a geração de caixa, subiu 66%, para R$ 7,685 bilhões.

    A Vale informou que conseguiu reduzir o preço de entrega do minério na China, seu principal cliente, de US$ 31 para US$ 28 por tonelada, com a renegociação de fretes e a queda do preço do combustível de navegação.

    CHINA

    O diretor financeiro da companhia, Luciano Siani, disse que o processo de redução do custo de frete deve se manter, devido à maior capacidade dos portos chineses para receber os cargueiros gigantes Valemax.

    De acordo com ele, o aumento do volume transportado diretamente para a China levará a companhia a desativar uma das estações de transbordo que mantém nas Filipinas para transferir o minério para navios de menor porte. "Isso representa um custo adicional", informou.

    Na teleconferência, o presidente da mineradora disse ter se surpreendido com sinais de recuperação da economia chinesa durante sua última visita ao país, em março. "Não encontrava um cenário tão favorável há mais ou menos um ano e meio", afirmou.

    A companhia investiu US$ 1,4 bilhão no primeiro trimestre, a maior parte (US$ 900 milhões) no projeto S11D, que contempla uma nova mina de minério de ferro e novo sistema logístico no Pará. A expectativa da companhia é que o projeto inicie a fase de testes em junho e comece a vender a produção em novembro.

    "A Vale entra nesse segundo trimestre, que ainda é um trimestre de recuperação de preços, com bastante otimismo, mas não vai baixar a guarda. Vamos continuar trabalhando para aumentar a nossa competitividade, concluir nosso principal projeto S11D e, portanto, reduzir a nossa dívida e voltar a pagar dividendos generosos para os nossos acionistas, esse é o nosso objetivo", disse o diretor financeiro da companhia Luciano Siani em vídeo publicado no site da empresa.

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