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    Governo federal registra, pela 1ª vez, deficit nas contas do 1º trimestre

    EDUARDO CUCOLO
    DE BRASÍLIA

    28/04/2016 14h24

    As despesas do governo federal superaram as receitas em R$ 18,2 bilhões no primeiro trimestre de 2016. Esse foi o primeiro resultado negativo registrado neste período do ano desde que o Tesouro Nacional passou a contabilizar os números pela metodologia atual, em 1997.

    No mesmo período do ano passado, foi registrado superavit primário de R$ 4,5 bilhões.

    Somente em março, o deficit foi de R$ 7,9 bilhões. Nos últimos 12 meses, o governo acumula um resultado negativo de R$ 137,5 bilhões e tem como meta reduzi-lo para menos de R$ 100 bilhões.

    Descontada a inflação, as receitas do governo recuaram 5% em relação ao primeiro trimestre de 2015, enquanto as despesas cresceram 5,2%.

    Resultado primário do Governo Central - Em R$ bilhões

    A alta nos gastos se deveu às despesas obrigatórias. Entre elas, a da Previdência, cujo deficit cresceu 46% no trimestre. Também houve aumento de 59% no pagamento de abono e seguro desemprego (+R$ 7 bilhões) e de 670% nas despesas com subsídios (+R$ 11 bilhões), que ainda estavam sendo "pedaladas" neste período de 2015.

    Já as despesas com pessoal e as não obrigatórias recuaram, considerando valores corrigidos pelo IPCA. Houve corte de 8% no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e de 62% no Minha Casa, Minha Vida.

    O resultado do trimestre só não foi pior porque o Tesouro Nacional recebeu em janeiro receita de R$ 11,3 bilhões pela concessão de usinas hidrelétricas do leilão de 2015.

    O secretário do Tesouro Nacional, Otávio Ladeira, afirmou que o aumento nas despesas com abono e seguro desemprego se deve, principalmente, à mudança no calendário de pagamento do PIS/Pasep, que adiou essas despesas do segundo semestre de 2015 para o primeiro trimestre de 2016.

    Em relação ao programa habitacional do governo, Ladeira disse que o gasto menor se deve à transferências de grande parte dessas despesas do Tesouro Nacional para o FGTS, que vai bancar parte das obras a fundo perdido.

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