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    Com poucos recursos, países deveriam focar em inovação, diz FMI

    MARIANA CARNEIRO
    ENVIADA AO RIO

    28/04/2016 20h38

    Marcos Santos/USP Imagens
    A retração do Brasil puxou o resultado negativo para a economia da América Latina. A expectativa para os países da região é de retração de 0,3% este ano. Para 2017, a previsão é de crescimento de 1,6%.No relatório Perspectiva Econômica Global, o Fundo Monetário Internacional diz que no Brasil a recessão é causada pela incerteza política, em meio às contínuas repercussões das investigações da Operação Lava Jato. O FMI acrescenta que as investigações na Petrobras estão sendo mais profundas e prolongadas do que se esperava.Para o fundo, a economia global deve crescer 3,4% este ano e 3,6% no próximo, dois décimos a menos do que o previsto em outubro.Na atualização feita ao relatório, o FMI justifica a revisão para baixo do crescimento mundial tanto em 2016 quanto em 2017 principalmente com o desempenho econômico dos mercados emergentes e das economias em desenvolvimento, como o Brasil. Fonte ABR - notas de real

    Com a receita obtida com venda de commodities encolhendo, os países latino-americanos têm que ajustar suas despesas para se adequar à nova realidade e fazer crer que suas contas são sustentáveis.

    A recomendação é do FMI (Fundo Monetário Internacional) para os países da região, entre os quais o Brasil.

    Com a restrição, a saída para tentar buscar alguma faísca de crescimento poderia ser por meio de investimentos em inovação.

    Segundo Carlos Mulas-Granados, do Departamento Fiscal do FMI, estimativas feitas com países desenvolvidos indicam que com um investimento equivalente a 0,4% do PIB é possível gerar um crescimento econômico de até 5%.

    Ele participou de seminário organizado pelo FMI e pela FGV no Rio.

    Em tempos de vacas magras, argumentou, é preciso focalizar esforços no que dá resultado. Além da inovação, outro catalisador de crescimento são os investimentos em infraestrutura.

    O governo não precisa fazer todos os gastos com seus recursos e pode contar com o apoio privado, sugeriu, sobretudo por meio de parcerias entre empresas e universidades.

    O que não devem fazer, disse o economista, é oferecer benefícios tributários a multinacionais para se instalarem no país. Outro equívoco comum no mundo desenvolvido é conceder desonerações tributárias a pequenas empresas inovadoras.

    "O critério não deve ser se são pequenas ou não, mas se o que fazem é novo ou não", afirmou.

    Isso, segundo diz, é uma política fiscal amigável ao crescimento. O economista citou outros exemplos que foram bem-sucedidos em ajustar suas contas. Irlanda e Alemanha revisaram leis trabalhistas e Malásia reduziu custos de capital. Isso fez com que os países deixassem mais rapidamente as políticas de contração dos gastos públicos.

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