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    Salário trava escolha de novo presidente da BR Distribuidora

    NICOLA PAMPLONA
    DE DO RIO

    29/04/2016 02h00

    Depois de sete meses, a Petrobras encerrou, sem sucesso, o processo de busca por um executivo para presidir a BR Distribuidora. O candidato escolhido pelo conselho da estatal recusou o salário oferecido, em torno de R$ 1,5 milhão por ano.

    Em reunião na semana passada, o conselho de administração da companhia decidiu iniciar nova busca, agora com um obstáculo adicional: a possibilidade de impeachment de Dilma.

    A avaliação da empresa é que o risco de queda da presidente e, consequentemente, do comando da estatal pode afastar novos candidatos.

    A contratação de um executivo externo para a BR faz parte de uma estratégia para modernizar sua gestão e melhorar seu valor de venda.

    Responsável pela venda de combustíveis, a subsidiária é um dos maiores ativos no pacote de desinvestimento da Petrobras, mas enfrenta a desconfiança do mercado diante de denúncias de loteamento político.

    A busca por um presidente foi feita pela consultoria Korn Ferry, que também será responsável pela nova procura. No primeiro processo, ela identificou 90 potenciais candidatos. Deste total, 52 foram entrevistados, e 5, levados à avaliação do conselho de administração da Petrobras.

    Guilherme de Paula, que preside a filial brasileira da petroleira Petronas, da Malásia, foi o escolhido pelo conselho. Na semana passada, o executivo declinou.

    A Folha apurou que a remuneração variável foi o principal entrave à conclusão do processo.

    A pretensão salarial entre os executivos finalistas era de cerca de R$ 1 milhão a mais do que a BR pode pagar.

    A Petrobras chegou a anunciar, em 2015, a abertura de capital da subsidiária, mas o processo foi cancelado devido às condições adversas do mercado de capitais.

    Depois, passou a negociar diretamente à venda de 25% da empresa. Hoje, a percepção é que não há empresas dispostas a entrar com participação minoritária.

    QUARENTENA

    Os acionistas da Petrobras aprovaram nesta quinta-feira (28) a reserva de R$ 8,3 milhões para eventual pagamento de salários durante período de quarentena a diretores que deixarem a empresa neste ano.

    A medida segue recomendação do Departamento de Coordenação e Governança das Estatais (Dest). É a primeira vez que a proposta de remuneração dos diretores da Petrobras inclui o item.

    O valor faz parte da remuneração global de R$ 28,7 milhões aprovada pelos acionistas para pagamento de diretores e conselheiros da estatal até março de 2016.

    A proposta reajusta o salário dos executivos pelo IPCA acumulado até março de 2016 (9,39%, segundo o IBGE).

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