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    PIB da zona do euro retorna a nível anterior à crise

    CLAIRE JONES
    ADAM THOMSON
    DO "FINANCIAL TIMES"

    29/04/2016 08h24

    Boris Roessler/AFP
    PIB da zona do euro cresce 0,6% entre janeiro e março deste ano
    PIB da zona do euro cresce 0,6% entre janeiro e março deste ano

    A economia da zona do euro começou o ano com mais força do que se esperava, e o PIB (Produto Interno Bruto) dos países que a integram enfim superou o pico que registrado antes da crise e cresceu em 0,6% no primeiro trimestre, com a ajuda do desempenho relativamente robusto da França.

    Os números da zona do euro, divulgados pela Eurostat, a agência oficial de estatísticas da Comissão Europeia, mostraram o crescimento em seu ritmo mais acelerado desde o início de 2015, e a produção econômica da região atingiu seu nível mais elevado de todos os tempos, superando a marca do primeiro trimestre de 2008.

    Também foi a primeira vez, desde o início de 2011, que o crescimento na região da moeda unificada superou a expansão econômica da União Europeia como um todo e a do Reino Unido, que registraram crescimento de 0,5% e de 0,4% no período, respectivamente.

    O governo britânico, que está diante de um referendo sobre manter ou não o país como parte da União Europeia, em 23 de junho, até recentemente vinha enfatizando a posição do Reino Unido como a economia de mais rápido crescimento entre os países do Grupo dos 7 (G7).

    Os analistas antecipavam crescimento de cerca de 0,4% para a zona do euro —apenas uma ligeira melhora ante os 0,3% registrados para o trimestre final de 2015.

    Os números iniciais de PIB para a zona do euro e a União Europeia como um todo não oferecem informações sobre o desempenho individual de cada país.

    No entanto, dados nacionais da França demonstram que a segunda maior economia da região foi responsável por parte do ímpeto que resultou em recuperação superior à esperada.

    A economia francesa cresceu 0,5%, superando as expectativas dos economistas e melhorando ainda mais o recente período de boas notícias para o presidente socialista François Hollande, que enfrenta eleições presidenciais no ano que vem.

    A economia espanhola também superou as expectativas, crescendo em 0,8% nos três primeiros meses do ano, a despeito da falta de um governo e da prolongada incerteza política.

    O ritmo de crescimento foi o mesmo nos dois trimestres precedentes, desafiando as expectativas de um ligeiro enfraquecimento este ano. O banco central espanhol havia previsto 0,7% de crescimento para os três primeiros meses do ano.

    Os números preliminares sobre a França divulgados na sexta-feira ficam acima dos 0,3% que o país - a segunda maior economia da zona do euro - registrou no quarto trimestre de 2015. Foram estimulados pelo maior avanço no consumo domiciliar desde 2004, de acordo com a instituto nacional de estatísticas francês Insée.

    Embora os números devam reforçar a confiança quanto à recuperação da região, restam dificuldades - entre as quais a inflação, que caiu nos 12 meses até abril a menos 0,2%, ante zero no total acumulado do mês anterior.

    A Eurostat informou que o indicador básico de inflação, que exclui itens com preços mais voláteis, como os alimentos e a energia, também caiu - de 1% em março a 0,8%. Tanto o número básico quanto o geral de inflação foram os mais baixos desde fevereiro deste ano.

    Os números do desemprego continuam na casa dos dois dígitos, ainda que tenham caído de 10,4% em fevereiro a 10,2% em março.

    Os economistas receberam positivamente os dados sobre o crescimento da França, que segundo eles devem reforçar a posição de Hollande. "O mercado de trabalho está em situação mais forte, e isso criará forte ímpeto neste ano", disse Philippe Waechter, economista chefe da Natixis Asset Management.

    Ele acrescentou "o momento não poderia ser mais oportuno para Hollande".

    Os mais recentes dados surgem no momento em que Hollande, o presidente menor popular na história moderna da França, está tentando reconquistar apoio, enquanto ele e seu partido se preparam para a eleição presidencial do ano que vem.

    Os dados desta semana mostraram que o desemprego francês em março registrou sua maior queda mensal em 15 anos.

    O número, a queda mais forte desde 2000, mais que compensou o aumento no desemprego que havia sido registrado em fevereiro e trouxe a primeira queda trimestral no desemprego desde que Hollande assumiu a presidência, em 2012.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

    Edição impressa
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