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    Consultorias reveem perspectivas para a economia brasileira

    TATIANA FREITAS
    DE SÃO PAULO

    30/04/2016 02h00

    As alianças políticas que vêm sendo costuradas pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB) para um eventual governo de transição e os nomes levantados para compor a equipe econômica levaram consultorias a rever as suas perspectivas de curto prazo para a economia brasileira.

    A Eurasia, contratada por bancos e gestoras, alterou de "neutra" para "positiva" a sua perspectiva para o Brasil, devido ao crescente apoio de parlamentares a Temer e a riscos mais contidos da Operação Lava Jato, apesar de a investigação ainda ameaçar o eventual novo governo.

    Para a consultoria, há sinais de que a Lava Jato entra numa nova fase, que apresentaria um risco menor para o vice até o fim deste ano. A Eurasia reduziu a probabilidade de que Temer não termine o mandato de presidente, caso chegue lá, do intervalo de 35% a 40% para 25%.

    Caso substitua Dilma Rousseff, Temer conseguirá aprovar rapidamente reformas microeconômicas, como a abertura da exploração de petróleo na região do pré-sal para operadores estrangeiros e a autonomia do Banco Central, acredita a consultoria.

    Já para as reformas fiscais, essenciais para que o país retome a trajetória de crescimento, ele provavelmente terá "pequenos avanços".

    Segundo Rafael Cortez, cientista político da consultoria Tendências, um importante fato nesta semana contribuiu para a melhora das expectativas: a declaração de Temer de que não pretende concorrer à reeleição e o consequente apoio do PSDB ao governo de transição.

    "Com o PSDB, Temer acomoda um conflito político, o que pode gerar alguma reversão nas expectativas", diz.

    Ele destaca, porém, que, além dos riscos da Lava Jato, Temer terá de enfrentar o processo de impeachment no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o que trará instabilidade ao seu governo.

    O economista Mauro Schneider, da consultoria MCM, também adota um "otimismo cauteloso". "Tudo indica que teremos melhora na governabilidade e bons nomes na equipe econômica. Mas a crise é muito séria, profunda e generalizada, e os desafios fiscais são complexos", diz.

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