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    Pequeno investidor corre à Bolsa, mas onda de euforia pode enganar

    TÁSSIA KASTNER
    DE SÃO PAULO

    02/05/2016 02h00

    Léo Burgos - 09.jun.2014/Folhapress
    Mesmo com euforia atual, pequeno investidor deve investir na bolsa pensando no longo prazo
    Mesmo com euforia atual, pequeno investidor deve investir na bolsa pensando no longo prazo

    A euforia da Bolsa nos últimos dois meses contaminou os pequenos investidores.

    A participação de pessoas físicas entre os investidores saltou de 11,9%, em dezembro, para 16% em abril. Os estrangeiros, que entraram com força em março e chegaram a 55,3%, agora são 51%, mesmo nível de dezembro.

    O que ambos viram, em momentos diferentes, foi uma oportunidade de ganhos com a crise política e o andamento do impeachment contra a presidente Dilma.

    PRA CIMA - Bolsa se recupera com aumento de apostas no impeachment

    Em março, o Ibovespa subiu 17%. Em abril, outros 7,7% -mas é sempre importante lembrar que, para a pessoa física, a decisão de investimento em ações deve ter sempre foco no longo prazo.

    No homebroker da corretora Socopa, Rogério Manente afirma que as operações de março foram o dobro das registradas em igual mês de 2015. Vieram de novos investidores e também da diversificação de investimentos.

    Analistas e sócios de corretoras dizem que o volume foi consistente também em abril. Mas as aplicações dos pequenos pouco se refletem nos preços das ações.

    "O fluxo da pessoa física acaba entrando com o efeito manada do investidor estrangeiro", diz Roberto Indech, analista da Rico Corretora.

    COMPRAR?

    Um pequeno investidor só deve comprar ações se tiver objetivos para mais de cinco anos, dizem analistas, porque é impossível prever o rumo da Bolsa no curto prazo.

    Hoje a maior dúvida entre analistas é se haverá espaço para novos ganhos após um eventual impeachment da presidente Dilma.

    Na opinião de Indech, a mudança de governo já está, no jargão do mercado, "precificada". Marcio Cardoso, sócio-diretor da Easynvest, concorda: "Você embute no preço a expectativa. Quando chega a realidade, o espaço para mais alta é pequeno".

    Rodrigo Puga, sócio do Modalmais, ainda vê possibilidade de novas valorizações. "Quanto mais palpável o impeachment ficar, mais o mercado vai se animar", projeta.

    Já a sócia da Guide, Aline Sun, aponta para o risco de o Ibovespa repetir o que ocorreu na Bolsa argentina. Em 2015, enquanto o país escolhia seu novo presidente, o índice Merval subiu fortemente. Despencou mesmo com a eleição de Mauricio Macri, opositor ao governo Kirchnerista. A recuperação das ações só veio após a posse.

    No curto prazo, segundo Sun, os investidores podem vender ações para lucrar com a alta recente, segurando o preço. No longo prazo, porém, ela acredita que existe tendência de alta.

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