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    Dólar sobe a R$ 3,50 com intervenção de US$ 2 bilhões do BC; Bolsa recua

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    02/05/2016 12h51

    Carlos Severo/ Fotos Públicas
    Queda forte dos preços do petróleo também afeta o real
    Queda forte dos preços do petróleo também afeta o real

    O dólar sobe ante o real nesta segunda-feira (02), impulsionado pelo leilão de US$ 2 bilhões em swap cambial reverso realizado nesta manhã pelo Banco Central. A queda forte nos preços do petróleo também pressiona o real, assim como a Bolsa brasileira.

    A moeda americana, porém, segue se desvalorizando na maior parte dos mercados, com a perspectiva de manutenção dos juros americanos por mais tempo.

    Segundo analistas, investidores também aproveitam a segunda-feira para realizar os recentes ganhos no mercado brasileiro.

    Depois de ter atingido o menor patamar em nove meses na última sexta-feira, a moeda americana à vista ganhava há pouco 1,48%, a R$ 3,5036, enquanto o dólar comercial subia 1,88%, a R$ 3,5050.

    O Banco Central realizou nesta manhã leilão de 40.000 contratos de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares pela autoridade monetária.

    Segundo analistas, o aumento da alíquota de IOF de 0,38% para 1,10% nas operações de câmbio à vista, conforme decreto publicado no Diário Oficial da União, não chega a influenciar a cotação do dólar, apesar de esta segunda-feira ser o último dia para compra de moeda estrangeira a com alíquota menor. Isso porque a medida atingiria basicamente pessoas físicas em viagem ao exterior.

    Um analista destaca que a intenção do vice-presidente Michel Temer de conter a queda acentuada do dólar em seu eventual governo, conforme apurou a Folha, seria um fator adicional para a alta da moeda americana.

    BOLSA

    O Ibovespa recuava há pouco 0,15%, aos 53.828,15 pontos, em uma dia em que a liquidez mundial está mais reduzida, com os feriados em Londres, China, Hong Kong e Taiwan.

    As ações PN da Petrobras recuavam 0,29%, a R$ 10,20, mas as ON ganhavam 0,90%, a R$ 13,39. Os papéis da PNA da Vale caíam 0,31%, a R$ 15,69 e os ON subiam 1,11%, a R$ 19,91.

    No setor financeiro, Itaú Unibanco PN perdia 1,06%; Bradesco PN, -1,54%; Santander unit, -1,13%; Banco do Brasil ON, -0,70%; e BM&FBovespa ON, -0,29%.

    O mesmo decreto que aumentou o IOF para compra de moeda estrangeira em espécie trata de operações com debêntures vendidas por instituições financeiras, emitidas por empresa do mesmo grupo econômico. Essas operações seguirão agora a mesma regra de tributação que já se aplica a CDBs e títulos públicos. Ou seja, nas transações inferiores a 30 dias, haverá incidência de IOF de 1% ao dia.

    A Receita diz que os bancos estavam usando esse tipo de título para driblar a tributação, vendendo uma debênture de uma empresa de leasing do mesmo grupo econômico, por exemplo.

    As expectativas de investidores em relação a um eventual governo sob Michel Temer, porém, continuam positivas. Tanto que o CDS (credit default swap), espécie de seguro contra calote e indicador da percepção de risco do país, caía 0,92% há pouco, para 336,632 pontos.

    No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 avançava de 13,600% para 13,650% e o DI para janeiro de 2021 ganhava de 12,410% para 12,420%.

    EXTERIOR

    Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones avançava 0,40%; o S&P 500, +0,36% e o Nasdaq, +0,11%. Analistas avaliam que o dólar mais fraco deve impulsionar as exportações americanas neste segundo trimestre.

    Na Europa, a Bolsa de Londres não funcionou. A Bolsa de Paris subia há pouco 0,23%, a de Frankfurt, +0,76%; Madri, -0,07%, e Milão, -0,96%.

    Na Ásia, o índice Nikkei da Bolsa de Tóquio perdeu 3,11%, com o iene atingindo uma nova máxima em 18 meses frente ao dólar. Investidores ainda repercutem a falta de novos estímulos monetários para impulsionar a economia japonesa.

    O petróleo Brent, negociado em Londres, perdia 3,28%, para US$ 46,55 o barril; em Nova York, o WTI recuava 1,33%, para US$ 45,31 o barril. O mercado reage ao avanço da produção da commodity no Oriente Médio.

    Colaborou EDUARDO CUCOLO, de Brasilia

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