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    Superavit na balança comercial em abril é o maior já registrado

    MACHADO DA COSTA
    DE BRASÍLIA

    02/05/2016 15h15

    A balança comercial registrou mais um recorde no mês de abril. O superavit foi de US$ 4,8 bilhões, o maior para o mês desde 1989, ano que marca o início da série histórica.

    O saldo foi impactado pela queda brusca das importações, que caiu 28,3%. Em abril deste ano elas somaram US$ 10,5 bilhões, enquanto que no mesmo mês do ano passado somaram US$ 14,7 bilhões.

    As exportações cresceram puxadas pela venda de produtos básicos, com alta de 2,5% na comparação com abril do ano passado. O total das vendas somou US$ 15,4 bilhões no mês. Em abril de 2015, as exportações somaram US$ 15,2 bilhões.

    Dois fatores ajudam na alta do saldo comercial. O dólar em alta, que estimula as exportações e que encarece as importações, e a queda do nível de atividade do país, que impacta negativamente as compras.

    Com o acúmulo de superavits nos quatro primeiros meses, o saldo no período também representa um recorde histórico.

    No ano, o saldo positivo chega a US$ 13,2 bilhões. Em 2015, nesta época do ano, o saldo era negativo em US$ 5,1 bilhões.

    Mas, igualmente ao recorde para o mês, o saldo para o quadrimestre é mais impactado pela queda das importações do que pelo aumento das exportações.

    O ano de 2016 representa o menor volume de vendas ao exterior desde 2010, quando as exportações somaram US$ 54,4 bilhões.

    Em contrapartida, as importações estão no menor nível desde 2009. Naquele ano, o país tinha importado, até o quarto mês do ano, US$ 36,8 bilhões.

    VAI E VÉM EM QUEDA

    Dessa forma, a corrente de comércio, indicador que soma os valores das importações e das exportações, alcançou este ano US$ 98,6 bilhões, o pior desde 2009 –reflexo, segundo Armando Monteiro, ministro do Desenvolvimento (Mdic), do desaquecimento do mercado global e da queda da atividade no país.

    Comércio global sobretudo dos países de commodities, se ressente de uma fortíssima queda de preço. Austrália, a queda de receita, alcançou 30%.

    "Nesse contexto de queda do preço das commodities, teria que ter um reflexo na corrente de comércio. Se o Brasil tivesse exportando ao preço médio de 2015, quando já estava em queda, teríamos receita adicional de US$ 13 bilhões de dólares", diz.

    Segundo o ministro, uma das provas de que são as commodities as responsáveis pela queda na corrente de comércio é a conta petróleo, diferença entre o que o Brasil exporta e importa de óleo. As exportações caíram 34,8% e as importações 49,1%, tombos explicados principalmente pelo preço da commodity.

    "A outra explicação está na queda das importações, que foram impactadas pela retração econômica que o Brasil sofreu", complementa o ministro.

    INDÚSTRIA

    Um dos principais termômetros da atividade econômica são as compras de bens intermediários, que são basicamente componentes utilizados pela indústria na produção de bens acabados.

    Em abril deste ano, as importações destes itens somaram US$ 6,4 bilhões, enquanto que no mesmo mês de 2015, elas somaram US$ 8,6 bilhões –queda de 24,4%.

    As importações de bens de capital –máquinas e equipamentos industriais, principalmente– também tiveram uma retração significativa de 36,8%. Embora maior em percentual do que o tombo dos intermediários, em valores nominais a queda é menor.

    No quarto mês deste ano, as compras somaram US$ 1,3 bilhões. No ano passado, em abril, elas somaram US$ 2,1 bilhões.

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