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    Multinacionais faturam mais em paraísos fiscais do que na China

    DA AFP

    03/05/2016 15h14

    As multinacionais obtiveram em 2014 maiores receitas nas ilhas Bermudas do que na China, apontou nessa terça-feira (3) um relatório da ONU publicado em meio à polêmica sobre a falta de transparência das finanças de grandes empresas.

    A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), com sede em Genebra, aponta receitas desproporcionais registradas por corporações internacionais em "jurisdições com baixos impostos, frequentemente offshore".

    O relatório reforça as suspeitas sobre as técnicas reveladas pelos Panama Papers, sobre multinacionais que instalam suas sedes em países com impostos muito inferiores aos que pagariam onde desenvolvem suas atividades.

    O estudo tem como amostragem multinacionais de 26 países desenvolvidos que obtiveram receitas de US$ 43,7 bilhões em 2014 de suas atividades no paraíso fiscal das Bermudas, um valor equivalente a 779% do PIB desse exíguo território antilhano.

    As atividades na China geraram receitas de US$ 36,4 bilhões, equivalentes a 0,3% do PIB do gigante asiático.

    "Como é possível obter mais lucros declarados em Bermudas do que na China?", questionou Astrit Sulstarova, diretor da unidade de investimentos da UNCTAD.

    "Parece que há algo suspeito aí", apontou.

    O relatório da UNCTAD afirma que as multinacionais registraram receitas superiores a US$ 30 bilhões nas ilhas Cayman, o equivalente a 875% do PIB desse país.

    As multinacionais registraram receitas superiores a US$ 74 bilhões em Luxemburgo, maior receptor de investimentos de "entidades com fins especiais" (special purpose entities, SPEs), grande parte delas empresas fictícias.

    A quantia corresponde a 114% do PIB do ducado, membro da zona do euro.

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