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    Rio obtém liminar no STF para revisão do cálculo dos royalties do petróleo

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    06/05/2016 19h11

    Dado Galdieri - 11.jul.2013/Bloomberg
    Plataforma P-61, da Petrobras, em Angra dos Reis (RJ). *** The Petroleo Brasileiro SA (Petrobras) P-61 oil platform floats as construction continues in the bay of Angra dos Reis, Brazil, on Thursday, July 11, 2013. The gap between Petroleo Brasileiro SA's preferred shares and voting shares will probably narrow as the Brazilian oil producer changes the way it accounts for currency swings, Banco Santander SA said. Photographer: Dado Galdieri/Bloomberg ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Plataforma P-61, da Petrobras, em Angra dos Reis (RJ)

    O governo do Rio conseguiu uma liminar no Supremo Tribunal Federal (STF) para a retomada das discussões sobre revisão do cálculo dos royalties do petróleo. Os cofres estaduais têm sofrido com a queda da arrecadação da rubrica, que atingiu no primeiro trimestre do ano o pior valor desde 2009, em valores corrigidos.

    A liminar suspende decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) que proíbe a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) de mexer nos royalties enquanto o preço do petróleo estiver abaixo de US$ 50 por barril - nesta sexta (6) a cotação estava em US$ 45,37.

    Em janeiro, conforme a Folha antecipou, a ANP abriu consulta pública para discutir com o mercado a revisão dos preços de referência usados para o cálculo dos royalties, que variam de acordo com o volume de produção e o preço do petróleo de cada campo.

    A medida representaria uma arrecadação adicional de cerca de R$ 1 bilhão por ano, segundo projeção do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) com base na arrecadação de 2015. A conta considera apenas os 20 maiores campos produtores do país.

    Para o ministro do STF Luiz Fux, a resolução do CNPE que determinou a suspensão da consulta pública representa "indevida intromissão na autonomia e independência funcional da agência reguladora".

    "A correção dos preços, neste momento, é absurdamente necessária. Vai ajudar não só o Rio, mas outros estados, municípios e até a União (outros beneficiados com a receita do petróleo)", defendeu o secretário de desenvolvimento do Rio, Marco Antônio Capute.

    Ele diz que recorrerá novamente à Justiça caso a ANP não reabra o processo. Procurada, a agência informou que ainda não foi notificada da decisão liminar e, por isso, não comentaria o assunto.

    Com a queda do preço do petróleo, a arrecadação com royalties despencou no primeiro trimestre de 2016, atingindo o pior valor para o período desde 2009. Nos primeiros três meses do ano, a receita foi de R$ 2,689 bilhões.

    A retração reflete a queda das cotações internacionais do petróleo, usadas como base para o cálculo dos preços de referência pela ANP. De acordo com o relatório do banco Credit Suisse, a cotação média no primeiro trimestre de 2016 foi de US$ 36 por barril, contra US$ 45 nos últimos três meses de 2015.

    Além disso, a produção nacional de petróleo caiu 4,4% no período, contribuindo para a menor receita.

    GÁS

    Capute disse que o governo do Rio está pedindo à ANP a revisão também do preço do gás natural usado para o cálculo dos royalties. A ANP usa como base a cotação Henry Hub, dos Estados Unidos - que, segundo o secretário, está contaminada pela grande produção de gás em reservatórios não convencionais naquele país.

    Em nota técnica enviada à agência, o governo do Rio argumentou que, em março de 2015, a cotação Henry Hub situava-se em torno de US$ 4 por milhão de BTU (unidade de medida energética), enquanto o gás na Europa custava em torno de US$ 8 por milhão de BTU.

    O governo do Estado espera uma arrecadação extra de até R$ 2 bilhões por ano com a revisão dos preços do petróleo e do gás.

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