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    Anulação de impeachment faz Bolsa cair 3,5% e dólar subir até 4,90%

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    09/05/2016 12h46

    Daniel Marenco - 4.ago.2011/Folhapress
    SÃO PAULO, SP, BRASIL, 04-08-2011, 16h30: Funcionários da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) observam o painel no prédio da Bolsa, centro de São Paulo (SP), em dia de forte queda dos negócios. As Bolsas caíram na Ásia, na Europa e nas Américas. A Bovespa fechou em queda de 5,72%. Só ficou à frente da Bolsa de Buenos Aires, que desabou 6,01%. Foi a maior derrocada desde novembro de 2008. (Foto: Daniel Marenco/Folhapress, 4915, MERCADO)
    Operadores observam o painel de cotações no prédio da BM&FBovespa, no centro de São Paulo (SP)

    A notícia de que o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), assinou uma decisão nesta segunda-feira (9) para anular a tramitação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no Congresso fez a Bolsa cair 3,5% e o dólar disparar até 4,90%.

    O Ibovespa já operava em queda de mais de 1,8% e o dólar subia cerca de 0,5% ante o real nesta sessão, pressionados pela queda das commodities e dados ruins sobre o comércio exterior da China. A informação pegou os investidores de surpresa, já que o afastamento da presidente Dilma Rousseff, em votação no plenário do Senado nesta quarta-feira (11), era dado como certo.

    Após bater a mínima de 49.907,76 pontos (-3,50%), o Ibovespa operava há pouco em baixa de 2,30%, aos 50.528,61 pontos.

    Os papéis PN da Petrobras recuavam 7,83%, a R$ 9,29, e os ON, -7,81%, a R$ 11,92.

    No setor financeiro, Banco do Brasil ON recuava 3,47%; Itaú Unibanco PN perdia 1,77%; Bradesco PN, -1,93%; Santander Unit, -0,43%; e BM&FBovespa ON, -1,09%.

    As ações da Vale perdiam 7,91% (PNA), a R$ 12,45, e 9,36%, a R$ 15,30 (ON).

    Ibovespa cai até 3,5% com notícia de anulação de impeachment - Em pontos

    Em comentário, André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, afirma que, se confirmada a decisão de Waldir Maranhão, "o mercado ficará vendido em Brasil nos mais diversos ativos".

    Ou seja, a Bolsa vai cair mais e o dólar se valorizar ante o real, invertendo o movimento visto nos últimos dois meses com as expectativas de impeachment de Dilma Rousseff.

    Perfeito afirma, no entanto, não acreditar que a medida irá reverter o processo de afastamento de Dilma. "Mas sem dúvida o uso desta 'bomba atômica' irá comprar mais tempo para a defesa da presidente."

    DÓLAR E JUROS

    No mercado de câmbio, após subir 4,75%, para R$ 3,6755, o dólar à vista subia 1,75%, a R$ 3,5702. Já o dólar comercial, que chegou a subir 4,90%, ganhava 1,88%, a R$ 3,5710.

    Antes mesmo da notícia sobre a anulação do processo de impeachment, e mesmo sem atuação do Banco Central no câmbio, o real era pressionado pelo recuo das commodities no mercado internacional.

    DÓLAR SOBE QUASE 5% COM ANULAÇÃO DE PROCESSO DE IMPEACHMENT - Moeda americana à vista, em R$

    No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 subia de 13,675% para 13,740; o DI para janeiro de 2021 avançava de 12,580% para 12,800%.

    Além disso, o boletim semanal Focus, divulgado pelo Banco Central, mostrou piora nas estimativas de inflação para este ano.

    O CDS (credit default swap), indicador da percepção de risco do país, avançava 2,21%, aos 348,994 pontos.

    EXTERIOR

    Na Bolsa de Nova York, com a queda do petróleo, o índice S&P 500 recuava 0,31%; e o Dow Jones, -0,08%. O Nasdaq subia 0,28%.

    Na Europa, os índices apresentavam sinais mistos: a Bolsa de Londres caía 0,22; Paris, +0,42%; Frankfurt, +1,08%; Madri, -0,55%; e Milão, -0,89%.

    Na China, o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 2,07%, enquanto o índice da Bolsa de Xangai teve queda de 2,76%, com a piora das exportações e importações do país.

    O índice Nikkei da Bolsa de Tóquio subiu 0,68%.

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