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    o impeachment

    Diretoria da Petrobras evita comentar seu futuro em governo interino

    LUCAS VETTORAZZO
    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    12/05/2016 19h56

    A diretoria da Petrobras evitou comentar seu futuro no governo do presidente interino Michel Temer. Em coletiva de imprensa para detalhar os resultados do primeiro trimestre, ocorrida na noite desta quinta-feira (12), diretores foram questionados ao menos cinco vezes sobre como fica a recuperação da empresa diante da mudança no governo federal.

    Em função da ausência no evento do presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, coube ao diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Ivan Monteiro, responder aos questionamentos.

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    Ele evitou, contudo, fazer comentários mais detalhados. Na resposta mais longa sobre o assunto, disse que a diretoria é nomeada pelo Conselho de Administração e que as perguntas deveriam ser endereçadas ao colegiado. Segundo ele, neste momento a diretoria está focada somente na gestão operacional da empresa.

    "Peço a gentileza que enderece esse questionamento ao Conselho de Administração. Cabe somente àquele colegiado se manifestar sobre esse tema. A diretoria executiva está completamente focada no desempenho operacional da companhia", disse Monteiro.

    Ivan se referia ao fato de os nomes da diretoria terem de ser referendados em votação pelo Conselho de Administração. Na prática, quem indica a direção é o acionista controlador, que é o governo federal. Em geral, o novo presidente traz consigo os demais diretores.

    Foi assim que aconteceu quando Aldemir Bendine, que era presidente do Banco do Brasil, assumiu a posição da então presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, em fevereiro do ano passado.

    Na ocasião, toda a diretoria foi trocada, no momento em que a empresa estava paralisada em função das denúncias de corrupção da Lava Jato. O Conselho, também indicado pelos acionistas, também foi trocado à época. Em aceno ao mercado, o governo federal retirou a maioria de seus representantes diretos no Conselho.

    O presidente interino Michel Temer ainda não divulgou se irá modificar a presidência da empresa. Em entrevista recente ao jornal O Globo, Temer disse que tinha dois nomes em mente, sem dizer quem seriam.

    Questionado se o trabalho feito até aqui pela nova diretoria, que apresenta seu quarto relatório de balanço, estaria em risco pela possibilidade de substituição, o diretor Ivan Monteiro afirmou que o trabalho não muda.

    "Temos uma disciplina muito grande em relação ao planejamento estratégico da companhia e as metas que apresentamos ao mercado quando assumimos a diretoria. A diretoria continua sempre só cuidando da companhia", disse.

    A empresa luta para reduzir sua dívida e baixar seus custos, após ter sido o centro do esquema de corrupção investigado pela Lava Jato. Para isso, reduziu investimento e deixou de lado projetos e segmentos não prioritários.

    A Petrobras registrou prejuízo líquido de R$ 1,246 bilhão, afetada principalmente pelo valor baixo do barril de petróleo, menores vendas de combustíveis e aumento dos custos em função de equipamentos parados.

    Com relação ao programa de venda de ativos, fundamental para a empresa de reduzir sua dívida total, em R$ 450,015 bilhões ao final do primeiro trimestres, o diretor Monteiro afirmou que não vê risco mesmo com a possibilidade de mudanças em função da mudança do governo.

    "Toda a interação que fazemos durante nossas viagens ao exterior, procuramos investidores com interesse em investir no médio e longo prazos. São decisões estratégicas de investimentos e há um interesse muito grande de aproximação do mercado brasileiro", disse.

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