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    Sondas de perfuração paradas custaram R$ 1,1 bilhão à Petrobras

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    13/05/2016 15h27

    Em meio a negociações com a Sete Brasil para redefinir o aluguel de sondas, a Petrobras trabalha para cortar sua frota atual em até 50%. A empresa espera chegar ao final de 2016 com cerca de 30 sondas, contra as 45 do final do ano anterior.

    A ociosidade de sondas custou à empresa R$ 1,1 bilhão no balanço do primeiro trimestre e foi uma das causas do prejuízo de R$ 1,246 bilhão registrado pela companhia no período. Com o corte nos investimentos de exploração e produção, a frota é hoje maior do que a necessidade da empresa.

    "Estes valores não são negligenciáveis, em nossa opinião", comentou o analista André Natal, do Credit Suisse, para quem os números indicam que há hoje nove sondas recebendo diárias da estatal sem trabalhar.

    Em teleconferência com analistas nesta sexta-feira (13), a diretora de exploração e produção da companhia, Solange Guedes, disse que o balanço do segundo semestre ainda sentirá os efeitos de custos com sondas paradas. Mas afirmou que a meta é reduzir a frota para algo entre 30 e 35 unidades.

    O contrato com a Sete Brasil prevê a contratação de 28 sondas, mas a última proposta da Petrobras falava em 10 unidades. Com dificuldade para pagar suas contas, a fornecedora da Petrobras entrou em processo de recuperação judicial no final de abril.

    Na quinta-feira (12), o diretor financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, reforçou a defesa pela contratação de um mediador para ajudar nas negociações entre a estatal e a Sete com relação ao número de sondas e o valor dos contratos.

    "Entendo que é a melhor forma de chegarmos a um consenso em relação a este assunto", afirmou, em entrevista para detalhar o balanço do primeiro trimestre. O pedido de recuperação judicial da companhia, porém, trabalha com a possibilidade de cumprimento do contrato inicial.

    No primeiro trimestre de 2016, a Petrobras investiu R$ 15,593 bilhões, 13% a menos do que no mesmo período do ano anterior. Em seus esforços para preservar o caixa para pagamento de dívidas, a companhia tem focado apenas nos projetos do pré-sal.

    CAIXA

    Monteiro disse nesta sexta que a melhora na taxa de câmbio e no preço do petróleo podem levar a Petrobras a fechar 2016 com mais dinheiro em caixa do que o US$ 21 bilhões planejados.

    Ele lembrou que o planejamento da empresa para o ano considerou o preço do petróleo em US$ 45 por barril e a taxa de câmbio em R$ 4,06 por dólar. O petróleo vem sendo negociado em torno de US$ 47 por barril e o dólar na casa dos R$ 3,50. Os dois indicadores têm impacto nas receitas e na dívida da companhia.

    "O fato de essas duas variáveis terem se comportado em direção melhor do que estava no plano é boa notícia", afirmou o executivo, para quem os números podem resultar em uma folga maior de caixa durante o ano.

    A apresentação feita aos analistas traz uma projeção maior de geração de caixa durante o ano, de US$ 24 bilhões, contra os US$ 22 bilhões estimados ao final de 2015.

    Para 2017, a expectativa é fechar o ano com US$ 20 bilhões em caixa. Ao final do primeiro trimestre, a empresa tinha R$ 77,778 bilhões (ou US$ 21,8 bilhões ao câmbio do dia 31 de março).

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