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    'Não é o momento' de propor a recriação da CPMF, avalia ministro

    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    16/05/2016 16h12

    Danilo Verpa - 20.abr.2016/Folhapress
    SAO PAULO - SP - 20.04.2016 - Geddel Vieira Lima chega a escritorio no bairro de Pinheiros, em Sao Paulo onde o vice-presidente Michel Temer esta. (Foto: Danilo Verpa/Folhapress, PODER) ORG XMIT: TEMER EM SP
    Geddel Vieira Lima, atual ministro da Secretaria de Governo, em visita a Temer

    O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, posicionou-se nesta segunda-feira (16) contra a recriação temporária da CPMF, proposta cogitada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, com o objetivo de equilibrar a dívida pública.

    Em entrevista à Rádio Metrópole, de Salvador, o peemedebista avaliou que "não é o momento" para que a recriação do tributo seja proposta pelo Palácio do Planalto.

    Ele ponderou, contudo, que essa é a sua posição pessoal e que poderá apoiar o chamado imposto do cheque caso o presidente interno Michel Temer decida apresentá-lo ao Congresso Nacional.

    "Eu acho que ela (CPMF) não deve transitar agora. Não é o momento, mas esse é um posicionamento pessoal. Se for proposto, deixa de ser convicção pessoal e passa a ser posição de governo. Ou eu saio ou vou defender a aprovação do processo", disse.

    A proposta da volta da CPMF foi criada pelo governo Dilma Rousseff como uma das medidas para estancar o crescimento da dívida pública. O tributo foi extinto pelo Congresso Nacional em 2007.

    CENÁRIO DE CAOS

    Na entrevista, Geddel avaliou que Temer assume o cargo em um cenário de caos e disse ser "muito pouco provável" que a presidente afastada retorne ao Palácio do Planalto.

    Ele afirmou não crer haver condições de governabilidade para que se admita a hipótese do retorno da petista ao cargo na análise final do processo de impeachment no Senado Federal.

    "Eu creio que é muito pouco provável, porque houve uma manifestação clara do Congresso Nacional e das ruas", disse. "É importante pontuar que o país que está sendo recebido é um caos", acrescentou.

    Segundo ele, o rombo estimado pelo governo peemedebista superior a R$ 120 bilhões nas contas públicas foi construído pelas gestões de Dilma Rousseff e de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva.

    "O PT está no governo federal há 14 anos, evidentemente que R$ 120 bilhões de déficit foi construído pelos governos petistas. Não surgiu do nada. A nossa luta é corrigir esse rumo e fazer com que o país tenha esperança de futuro", disse.

    O ministro Romero Jucá (Planejamento) deve acertar nesta semana com o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), a votação do projeto que revê o número. O valor é bem acima dos R$ 96,7 bilhões admitidos pela equipe da petista e vai balizar a discussão da revisão da meta fiscal.

    Na entrevista, o ministro reconheceu que a presença na equipe ministerial de investigados no rastro da Operação Lava Jato gera críticas e desgastes, mas saiu em defesa do ministro Romero Jucá (Planejamento), responde a um inquérito sob suspeita de integrar a organização criminosa que atuou na Petrobras.

    Para ele, o peemedebista é um "quadro qualificado" e não pode ser condenado previamente, já que seu caso não foi ainda avaliado pela Suprema Corte.

    "Eu compreendo as críticas. As pessoas estão machucadas com os fatos reais de corrupção e de enriquecimento ilícito, mas o presidente interino deixou claro. Se ele for condenado, não pode continuar no governo. Por enquanto, no entanto, é uma investigação", disse.

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