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    novo governo

    Economista Ilan Goldfajn é o escolhido para chefiar o Banco Central; veja perfil

    MARIANA CARNEIRO
    DE SÃO PAULO

    17/05/2016 09h00

    Gabo Morales - 15.mar.2012/Folhapress
    Economista Ilan Goldfajn é o novo presidente do Banco Central
    Economista Ilan Goldfajn é o novo presidente do Banco Central

    Uma das poucas notícias positivas que surgirão da área econômica neste ano virão das mãos de Ilan Goldfajn, economista de 50 anos que vai assumir a presidência do Banco Central.

    A expectativa majoritária do mercado financeiro é que a taxa de juros, atualmente em 14,25% ao ano, será cortada. Já seria com Alexandre Tombini no posto. O próprio Ilan, do outro lado do balcão, já previra que a taxa seria cortada no segundo semestre, por força da recessão e do consequente declínio da inflação.

    À frente da pesquisa econômica do Itaú até então, Ilan volta ao BC pela segunda vez. Entre 2000 e 2003 comandou a poderosa diretoria de política econômica do banco. Primeiro com Armínio Fraga como chefe, depois com o mesmo Henrique Meirelles, com quem conviveu por sete meses no período de transição do governo FHC para Lula.

    Sua especialidade é política monetária, mas os economistas que o conhecem dizem que seus conhecimentos contemplam também a política fiscal, calcanhar de Aquiles da economia neste momento.

    Affonso Celso Pastore, ex-presidente do BC, lembra que ele trabalhou na equipe técnica do FMI, logo após deixar o doutorado no prestigioso MIT (EUA).

    "Ele não é conhecido somente pelos economistas brasileiros, é reconhecido internacionalmente", diz Pastore.

    Ilan voltou ao voltou ao Brasil em 1999, para dar aula na PUC-Rio, de onde saiu para o BC do segundo mandato de FHC.

    Em 2009, chegou ao Itaú Unibanco, de onde observou os últimos movimentos da economia. Na última campanha eleitoral, em 2014, deu conselhos a Armínio, para a formulação do programa econômico da campanha de Aécio Neves. Nos bastidores, ninguém duvidava que, se o tucano chegasse ao poder, o BC ficaria sob sua batuta.

    Os caminhos tortos da política acabaram por levá-lo ao mesmo ponto, sinal de que é visto como preparado para a tarefa.

    Embora o embalo inicial da inflação ajude, a batalha não está vencida. Ilan recebe nesta terça-feira o mandato de levar a inflação dos atuais 9,28% para a meta de 4,5%.

    Em nota, Roberto Setúbal, presidente do Itaú Unibanco Holding, afirma que o "profundo conhecimento e ampla experiência profissional [de Ilan], inclusive no próprio Banco Central, o credenciam para contribuir com a nova equipe econômica no caminho da retomada do crescimento sustentável do país e da confiança dos mercados".

    "Parabenizo o presidente interino Michel Temer e o novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, pela escolha e desejo muito sucesso ao Ilan", complementa a nota.

    Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, também comentou a escolha de Goldfajn como chefe do BC. "Sua missão será chave para o sucesso da equipe estruturada pelo ministro Henrique Meirelles, no desafio de alcançar a condição de relançar a economia brasileira a um novo tempo de crescimento, emprego e conquistas sociais", disse, em nota.

    A imprensa israelense também dedicou reportagens ao novo presidente do BC. "Orgulho israelense". Com essas palavras, o maior site de notícias de Israel, Ynet, começou uma reportagem, publicada na sexta-feira (13), sobre Ilan.

    "Ele fala hebraico fluentemente. Tem família em Israel e costuma visitar o país", enfatizou a reportagem do Ynet com o título "Israelense é nomeado presidente do Banco Central do Brasil".

    Nova equipe econômica

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