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    novo governo

    Escolhido para o BC tem formação acadêmica como o seu ponto forte

    MARIANA CARNEIRO
    DE ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

    18/05/2016 02h00

    Gabo Morales - 15.mar.2012/Folhapress
    Economista Ilan Goldfajn é o novo presidente do Banco Central
    Economista Ilan Goldfajn é o novo presidente do Banco Central

    Muitos caminhos levavam Ilan Goldfajn, 50, para o Banco Central.

    Principal grife que o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) quis para encorpar sua equipe, Goldfajn poderia ter chegado dois anos antes à presidência do BC.

    Na campanha de 2014, ele era um dos principais cotados para assumir o banco sob a gestão de Arminio Fraga na Fazenda, caso Aécio Neves (PSDB) fosse eleito.

    Os tucanos perderam, mas o nome de Goldfajn seguiu como favorito a sucessor de Alexandre Tombini, atual presidente do BC, desta vez no governo Michel Temer.

    Entre economistas, sua fortaleza mais citada é a formação acadêmica.

    Com doutorado no prestigiado MIT, passagem como professor da PUC-Rio e três anos a trabalho no FMI (Fundo Monetário Internacional), Goldfajn é considerado um economista completo.

    Um de seus trabalhos mais conhecidos, escrito nos anos 1990 com o atual ministro da Fazenda do Chile, Rodrigo Valdés, fala sobre como as economias se comportam depois de crises cambiais.

    Mas foi a habilidade política um dos fatores determinantes para sua volta a Brasília.

    Equipe economia Temer

    Antes da chegada de Meirelles à Fazenda, pessoas próximas ao atual ministro indicavam que ele buscava para o cargo alguém que tivesse formado sua equipe no BC.

    Os olhos se voltaram aos melhores anos de Meirelles, como 2006, quando a inflação foi de 3,14% –a meta naquele ano era de 4,5% anuais.

    Mas o eleito foi Goldfajn, que escolhido diretor de política econômica do BC por Arminio, em 2000, aceitou esticar sua permanência no cargo para ajudar a acalmar o mercado nos primeiros meses do governo Lula.

    Meirelles e Goldfajn conviveram no BC sete meses.

    Foi esse um dos períodos mais desafiadores que Goldfajn viveu no governo. O temor com a eleição de Lula, em 2002, fez o dólar disparar e a inflação chegou a 12% naquele ano. A meta foi ajustada para cima e houve críticas do mercado.

    Dias antes de Goldfajn ser confirmado no cargo, a fofoca nas mesas de operação era que o economista seria menos "hawkish" (expressão em inglês que designa intolerância ao aumento de preços) no combate à inflação.

    O ex-presidente do BC Affonso Celso Pastore diz que a estratégia foi utilizada para reduzir os custos sociais de um aperto forte nos juros. Foram estipuladas metas intermediárias para fazer a inflação voltar a baixar.

    "Não fizeram isso no vazio, nem obedecendo o presidente da República. Fizeram a partir de uma avaliação técnica do que era melhor para a sociedade", afirma.

    De mochila, camisa social sem gravata e num voo de carreira que partiu de São Paulo, Goldfajn aterrissou em Brasília nesta terça (17) para sua segunda etapa no BC.

    Não quis comentar sobre a composição da diretoria do banco e quando assumirá o posto, nem sobre suas primeiras iniciativas.

    "Não vou fazer nenhum comentário, vocês sabem que eu tenho que seguir um processo", disse, referindo-se à sabatina no Senado. "Agradeço por terem vindo."

    Goldfajn não quis contar sequer o sexo dos três filhos (dois meninos e uma menina). Mas indicou concordar apenas quando perguntado, pela enésima vez por repórteres que o aguardavam na chegada, o seu time.

    "É flamenguista?"

    "Nessa você chegou perto", disse, entrando num táxi comum que o levou ao encontro de Meirelles.

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