O governo deve enviar para o Congresso a nova meta fiscal na próxima segunda-feira (23), anunciou o ministro do Planejamento, Romero Jucá. Ele espera uma aprovação relâmpago da nova meta.

Jucá não quis dar novas "parciais" sobre a meta. Segundo o ministro, que se encontrou com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), nesta quinta (19), há muitas rubricas sendo incluídas e que isso dificulta o cálculo.

Mais cedo, porém, Jucá se encontrou com o presidente em exercício, Michel Temer, e o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. O valor estimado no encontro foi de um rombo de R$ 200 bilhões nas contas públicas deste ano.

"O valor ainda não está fechado, mas pode chegar a ser um pouco maior ou menor que R$ 200 bilhões", disse à Folha o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima.

A antiga equipe econômica do governo Dilma pedia no Congresso a aprovação de um deficit primário de R$ 96,7 bilhões.

As duas principais surpresas que devem aparecer na nova meta é o tombo que a Eletrobras deve tomar por não publicar a tempo o balanço nos Estados Unidos e a moratória que os Estados devem pedir, o que os livraria por um ano do pagamento de suas dívidas com a União.

Calheiros apoia a demanda dos estados, diz que é um pedido importante. Ele chamou a moratória de "carência". "O governo precisa colocar esses valores na nova meta. É preciso colocar [na meta] tudo o que puder causar perdas ao governo", afirma.

Na quarta (19), Jucá disse que o governo já não conta mais com a criação de um imposto ou a elevação de alíquotas para cobrir parte do buraco este ano. Mas considera a imposição de um novo tributo, como a CPMF, para 2017.