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    novo governo

    Bolsa cai, pressionada por Vale, mas dólar recua a R$ 3,51 com exterior

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    20/05/2016 17h40

    Pilar Olivares/Reuters
    Prédio da Vale no centro do Rio de Janeiro: lucro da mineradora bateu expectativas
    Ações da Vale recuam com possibilidade de governo forçar troca no comando da companhia

    O Ibovespa chegou a ensaiar uma recuperação nesta sexta-feira (20), seguindo a melhora do humor no mercado internacional. Entretanto, acabou invertendo o sinal e fechando no menor patamar em mais de um mês, pressionado principalmente pela forte queda dos papéis da Vale. As ações da Petrobras e de bancos também caíram.

    O dólar recuou ante o real, seguindo o movimento global da moeda americana, que devolveu parte da recente valorização provocada pela perspectiva de alta dos juros americanos em junho. O dólar comercial fechou no patamar de R$ 3,51.

    No cenário doméstico, persiste a cautela de investidores em relação às medidas que serão anunciadas pelo presidente interino Michel Temer, que se refletiu no baixo volume de negócios.

    O principal índice da Bolsa paulista fechou em baixa de 0,82%, aos 49.722,75 pontos. Trata-se da menor pontuação desde 7 de abril do ano passado (48.513,10 pontos). O giro financeiro foi de R$ 5,3 bilhões, o menor da semana.

    O Ibovespa encerrou a semana com queda de 4,02%. No mês, o índice cai 7,77%, mas no ano, acumula alta de 14,70%.

    Apesar da alta do minério de ferro na China, o papel PNA da Vale perdeu 3,79%, a R$ 11,40, e o ON recuou 5,10%, a R$ 14,13. Segundo operadores, pesou sobre as ações da mineradora a possibilidade de o novo governo forçar uma troca no comando da Vale, conforme publicou a Folha na semana passada.

    A Vale é uma empresa privada, mas tem forte influência dos fundos de pensão estatais Previ, Funcef e Petros, que estão no bloco de controle da empresa. "A hipótese de ingerência governamental na Vale desagrada ao mercado", comenta o analista Alexandre Soares, da BGC Liquidez.

    As ações da Petrobras chegaram a subir mais de 5% na sessão, impulsionados pela indicação de Pedro Parente para o comando da estatal, mas acabaram perdendo fôlego. O papel PN recuou 0,66%, a R$ 8,90, e o ON caiu 1,56%, a R$ 11,33.

    No setor financeiro, Banco do Brasil ON perdeu 2,36%, Itaú Unibanco PN, -1,27%; Bradesco PN, -1,09%; Santander unit, -1,00%; e BM&FBovespa ON, -0,60%.

    Segundo um operador, enquanto não são anunciadas medidas pelo governo Temer, investidores aproveitam para embolsar ganhos obtidos com a euforia que antecedeu o afastamento da presidente Dilma Rousseff.

    CÂMBIO E JUROS

    O dólar comercial recuou 1,48%, a R$ 3,5180, acompanhando o movimento da moeda americana nos demais mercados. Na semana, perdeu 0,17%.

    A moeda americana à vista fechou em queda de 1,77%, a R$ 3,5378 —na semana, ganhou 0,78%.

    Nas três sessões anteriores, o dólar se valorizou globalmente com as expectativas de aumento dos juros americanos no próximo mês. A moeda americana devolveu parte dos ganhos nesta sexta-feira.

    O Banco Central não anunciou para esta sessão leilão de swap cambial reverso, equivalente à compra de dólares pela autoridade monetária. Nesta semana, a operação só ocorreu na quarta-feira (18).

    "O BC tem sido eficaz em manter as cotações dentro da banda de R$ 3,50 e R$ 3,60, trazendo mais previsibilidade para a moeda, o que é bom para a economia como um todo", comenta a equipe de análise da Lerosa Investimentos, em relatório.

    "Se medidas econômicas forem divulgadas e aceitas pelo Congresso nas próximas semanas, teremos grandes chances de ver a cotação romper os R$ 3,40 —mas somente com ações concretas da nova equipe econômica", ressalta a Lerosa.

    No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 fechou praticamente estável, passando de 13,670% para 13,675%. O contrato de DI para janeiro de 2021 caiu de 12,520% para 12,360%.

    O CDS (credit default swap), indicador da percepção de risco do país, caía 1,07%, para 345,889 pontos, acompanhando o movimento no câmbio.

    EXTERIOR

    Na Bolsa de Nova York, o índice S&P 500 avançou 0,60%, o Dow Jones,+0,38% e o Nasdaq, +1,21%, recuperando-se das recentes perdas ocorridas pela possibilidade de alta dos juros americanos em junho.

    As Bolsas europeias fecharam no terreno positivo, assim como as asiáticas.

    O petróleo operou com volatilidade durante todo o pregão. Em Londres, o petróleo Brent subia 0,02%, para US$ 48,82 o barril; o WTI, negociado em Nova York, perdia 0,85%, para US$ 47,75 o barril.

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