Pedro Rezende, 19, já faturou acima da cifra do milhão de reais com anúncios em seu canal no YouTube (em que ele publica quatro vídeos por dia), ações de marketing para empresas como Gillette e livros –seu público é principalmente infantil.

Mas ele diz que não faz ideia de quanto está faturando. "Eu não gosto de ficar sabendo. Isso traz ansiedade", diz ele. Leia abaixo trechos da entrevista.

*

Folha - Seu canal no YouTube é o segundo em número de visualizações no Brasil. Você tem ideia de quanto fatura?

Pedro Rezende - Não. São meus pais que cuidam diretamente disso. Em patrocínio, por exemplo, em quase não mexo. Eu não gosto de ficar sabendo. Isso traz ansiedade e de ansiedade já basta o meu canal. Se você ganha menos, acaba ficando tenso.

Como você lida com o assédio?

Eu sou bem tranquilo. Quando saio de casa, vou ao shopping ou à autoescola, tem uma escolhinha lá perto e às vezes as crianças me chamam. Tento responder da melhor forma possível, mas tomo cuidado para não perder a privacidade. Uma vez uma menina veio aqui na porta de casa e ficou a tarde toda me esperando, ela sabia que eu saía para a academia nesse horário.

Além do teatro, dos livros, quais outros projetos você tem em mente?

Eu tenho ideias para outros canais. Quero criar um mais informativo, sobre assuntos gerais, tipo "dez coisas que acontecem na 'deep web' ["internet profunda"]. Quero continuar também com o "RezendeHelping", mais para causas sociais.

Por que criar um mais sério?

Uma das coisas que me inspiraram foi um inscrito no canal, que estava internado em São Paulo. Ele era bem novinho, tinha câncer, e a irmã de um amigo meu pediu que eu fosse visitá-lo, mas não dava porque ele estava com baixa imunidade. Eu mandei um vídeo para ele. Quando teve o lançamento do livro, ele era o primeiro da fila. Minha mãe se aproximou da família dele, e eles comentaram que faltava doador de medula. A gente tem um monte de seguidor no canal, por que não criar algo voltado a isso?

Você tem noção do que representa para crianças?

Já aconteceu de em um evento ir um garotinho respirando por máquinas. Quando você vê isso, pensa: "Meu Deus, estou sendo importante para ela". Quando estou mal, é algo que me anima.

Assista ao primeiro capítulo de 'Paraíso'

Assista ao primeiro capítulo de 'Paraíso', de Pedro Rezende