• Mercado

    Sunday, 19-May-2024 12:44:01 -03

    Youtubers saem da tela e partem para faturar na estrada

    FELIPE MAIA
    DE SÃO PAULO

    21/05/2016 02h00

    Divulgação
    foto Pedro Rezende, youtuber Credito: divulgacao ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Pedro Rezende, youtuber; ele já faturou mais de R$ 1 milhão com seu canal na internet

    Rezende, um garoto construído com blocos do game "Minecraft", vai com amigos a uma montanha-russa e, depois daquela descida íngreme com o carrinho, em que o coração quase salta pela boca, acaba caindo em um mundo imaginário em que tem de enfrentar o vilão Herobrine.

    Os 162 episódios dessa saga, contada a partir de cenário e personagens criados no jogo, foram concebidos por Pedro Afonso Rezende, 19, que recebeu 120 milhões de visualizações no YouTube –o canal do garoto de Londrina (PR) contabiliza 2,3 bilhões de acessos no site desde 2012.

    Agora, prepara-se para mostrar uma continuação de "O Paraíso" em teatros, numa mistura de filme, brincadeiras com bonecos e sessão de perguntas e respostas. Rezende (6,8 milhões de seguidores) junta-se assim a youtubers como Whindersson Nunes (8,5 milhões) e Felipe Neto (5,2 milhões), que têm feito apresentações no mundo off-line.

    Como comparação, o maior canal do YouTube no Brasil é o Porta dos Fundos, com 11,6 milhões de seguidores.

    Do ponto de vista econômico, faz sentido: Rezende e os colegas já atraem seguidores em eventos pelo país –na Brasil Game Show, em outubro, em São Paulo, a Folha testemunhou centenas de adolescentes se espremendo como podiam para pegar um autógrafo ou entregar presentes.

    "Essas viagens são investimentos próprios. Tanto no caso do Rezende como no de outros influenciadores digitais. A gente vai com a cara e o coração e sabe que vai vender", diz Ricardo Grande, agente de youtubers. Ele compara a atual onda de apresentações de celebridades da rede à do stand-up de anos atrás.

    Os ingressos para os espetáculos, que têm 24 datas fechadas e foco no público infantil, vão custar de R$ 35 a R$ 200. Rezende diz que a motivação não é econômica.

    "Eu sempre gostei de ter contato com os inscritos no canal. Quando você trabalha na internet, fica acostumado a só responder por mensagem. Conversar pessoalmente é muito melhor", diz ele, que começou a empreender fora da rede no ano passado.

    Seus dois livros, também baseados no mundo de "Minecraft", venderam 200 mil cópias e figuram na lista dos mais vendidos do site Publishnews. Hoje, entretanto, o maior faturamento vem da receita que recebe do Google pelos anúncios exibidos no canal (era R$ 1 milhão por ano até setembro, quando ele atingiu 1 bilhão de acessos, metade do que tem hoje).

    Assista ao primeiro capítulo de 'Paraíso'

    Assista ao primeiro capítulo de 'Paraíso'

    LAMPIÃO DO YOUTUBE

    Os prognóstico é que a receita com as apresentações em teatros seja significativa. Whindersson Nunes, nascido em Bom Jesus (PI), que se intitula "Lampião do YouTube", fez 120 shows de humor desde agosto –em Brasília, foram 11 sessões em três dias.

    Sergio Pitta, que já cuidou de artistas como Roupa Nova e Jota Quest, formou com três sócios uma empresa, a Non Stop, com o objetivo de gerenciar a carreira e apresentações de youtubers –uma mudança de astros.

    "Se você pegar um moleque de 15 anos e perguntar se ele quer ser ator da Globo, astro do rock ou youtuber de sucesso, o que ele vai querer?"

    Outras celebridades do site de vídeos vêm atacando outra frente, a das telonas. Christian Figueiredo, o Eu Fico Loko, prepara um filme sobre sua adolescência. E Kéfera, a maior representante feminina do gênero, vai estrelar uma película de Daniel Filho com previsão de lançamento para este ano.

    Conheça Whindersson Nunes

    Conheça Whindersson Nunes, o Lampião do YouTube

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024