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    Amigas querem faturar R$ 2 milhões com cosméticos só para atletas

    ADRIANA FONSECA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    22/05/2016 01h07

    A empresa de cosméticos Pink Cheeks tem planos ambiciosos para 2016: crescer 40% em relação ao ano passado e chegar a um faturamento de R$ 2,1 milhões.

    O segredo por trás das expectativas é oferecer um produto específico: cosméticos para aliviar os sintomas de quem pratica corrida.

    Karime Xavier/Folhapress
    As três sócias da Pink Cheeks, Gisele Violin (esq.), Corina Cunha e Renata Chaim, em loja de SP
    As três sócias da Pink Cheeks, Gisele Violin (esq.), Corina Cunha e Renata Chaim, em loja de SP

    As sócias Corina Cunha, 37, Gisele Violin e Renata Chaim, ambas com 36, criaram o negócio em 2013, de forma quase caseira.

    Moradoras da pequena Leme, no interior paulista, elas se conhecem desde pequenas. Com o tempo, se distanciaram, até que, em 2008, se reencontraram por acaso em um treino preparatório para uma corrida.

    "Decidimos, então, começar a correr juntas", lembra Chaim. Na nova rotina, compartilhavam as dores da prática do esporte: Violin sofria com bolhas nos pés e Chaim, com assaduras.

    Cunha, farmacêutica, decidiu testar fórmulas para aliviar o desconforto sentido pelas amigas.

    E foi assim que surgiu a Pink Cheeks, com produtos como filtro solar que não escorre com o suor, creme antiassadura, sabonete esfoliante corporal e creme para alívio das pernas.

    Para dar conta da produção, o trio terceirizou a fabricação com uma indústria local. Pouco tempo depois, Cunha realizou um sonho antigo e investiu na construção de uma fábrica própria, que hoje atende a Pink Cheeks e também outros clientes.

    No começo, as vendas eram feitas apenas na loja virtual da Pink Cheeks -hoje responsável por 20% do faturamento da marca.

    Atualmente há mais de 2.000 consultoras cadastradas para fazer venda direta.

    A empresa das três amigas conseguiu ingressar também em redes do varejo tradicional e virtual, como a Beauty Box, do grupo O Boticário, Decathlon e Netshoes.

    "Tivemos uma boa aceitação nas lojas por ser um produto diferente do que se vê no mercado", conta Chaim.

    O carro-chefe da Pink Cheeks é o filtro solar, vendido a R$ 69,90. Sozinho, responde por 15% da receita.

    Outros 15% vêm da venda do Anti Shock (R$ 38,90), produto para os cabelos que evita embaraço durante os treinos, e do creme antiassadura (entre R$ 34,90 e R$ 49,90).

    NICHO DE MERCADO

    Outra empresa que explora esse mercado de atletas de rua é a Bula Verdde.

    A empresa surgiu no mercado como farmácia de manipulação em Curitiba, no Paraná, em 1993.

    Com a experiência de seu fundador, Pedro Marcondes, 63, na disputa de maratonas, a marca decidiu lançar sete anos depois uma linha de cosméticos só para corredores, a Safe Runners.

    O carro-chefe da marca, o Zero Atrito, foi criação da mulher de Marcondes, Susana, 57, que é farmacêutica.

    Ela buscava uma solução para o sofrimento do marido com as bolhas causadas pelas longas distâncias percorridas. O produto é vendido por R$ 37,90, em versão creme, e R$ 62,90, em versão pomada vegetal.

    A empresa conta ainda com loção para pernas cansadas, gel cicatrizante para assaduras, spray antiodor para os pés e protetor labial.

    "Fomos identificando não apenas as nossas necessidades na prática do esporte, mas as de outros atletas para ampliarmos a linha", conta Alice Marcondes, 25, filha dos fundadores.

    Alice não revela o faturamento da empresa, mas afirma que a marca Safe Runners responde por 50% da receita total.

    Anualmente, a marca cresce 15%, quase o dobro dos 8% alcançados pela fabricante de cosméticos no geral.

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