• Mercado

    Wednesday, 08-May-2024 09:09:07 -03

    novo governo

    Diálogo de Jucá sobre Lava Jato causa apreensão; Bolsa cai e dólar sobe

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    23/05/2016 11h48

    Pedro Ladeira - 5.abr.16/Folhapress
    Romero Jucá, ministro do Planejamento, disse que criar novo imposto não é a primeira opção do governo
    Romero Jucá (PMDB-RR), senador licenciado e ministro do Planejamento, em fala no Senado Federal

    O cenário externo negativo, com recuo das commodities, pressiona o mercado doméstico nesta segunda-feira (23). No entanto, a notícia de que o ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR) sugeriu em diálogos que uma "mudança" no governo federal resultaria em um pacto para deter a Operação Lava Jato causa apreensão entre investidores.

    O Ibovespa perde mais de 1% e o dólar sobe para R$ 3,56. Os juros futuros e o CDS (credit default swap), espécie de seguro contra calote, avançam.

    Gravados de forma oculta e reveladas pela Folha, as conversas entre Jucá e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, ambos investigados pela Lava Jato, ocorreram semanas antes da votação na Câmara que desencadeou o impeachment da presidente Dilma Rousseff. As conversas somam 1h15min e estão em poder da PGR (Procuradoria-Geral da República).

    "Trata-se de um desgaste para o governo, que deve continuar enquanto Jucá permanecer no cargo", comenta um operador do mercado financeiro. Segundo ele, após essa revelação, até mesmo as medidas econômicas a serem anunciadas pelo governo interino do presidente Michel Temer ficaram em segundo plano. "Jucá no governo dá munição para o discurso do PT de que o impeachment foi mesmo para barrar a Lava Jato", diz o profissional.

    Para a equipe de análise da Lerosa Investimentos, o caso envolvendo Jucá "traz de volta ruído político quando o governo deveria estar focado na questão econômica".

    "Novamente a política pode atrasar adoção de medidas econômicas. Agora na oposição, o PT ganha munição para criticar a legitimidade do governo", diz a Lerosa, acrescentando que a substituição do ministro do Planejamento poderia estancar as preocupações no curto prazo.

    BOLSA

    O principal índice da Bolsa paulista perdia há pouco 1,04%, para 49.206,89 pontos. As ações PN da Petrobras caíam 4,38%, para R$ 8,51, e as ON recuavam 3,17%, a R$ 10,97, influenciadas também pelo recuo do petróleo no mercado internacional.

    Os papéis PNA da Vale perdiam 0,61%, a R$ 11,33, mas os ON ganhavam 1,48%, a R$ 14,34, recuperando-se da forte queda na sexta-feira (20), mesmo com a forte desvalorização do minério de ferro nesta segunda-feira.

    No setor financeiro, Banco do Brasil ON cai 1,67%; Itaú Unibanco PN, -0,59%; Bradesco PN, -0,61%; Santander unit, -0,56%; e BM&FBovespa ON, -1,76%.

    CÂMBIO E JUROS

    No mercado de câmbio, o dólar à vista ganhava 0,55%, para R$ 3,5573, e o dólar comercial subia 1,19%, para R$ 3,5600.

    O Banco Central não anunciou leilão de swap cambial reverso para esta sessão. A operação equivale à compra de dólares pela autoridade monetária.

    No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 avançava de 13,675% para 13,720%, e o DI para janeiro de 2021 subia de de 12,360% para 12,620%.

    O CDS, outro indicador da percepção de risco do país, avançava 2,66%, para 355,045 pontos.

    EXTERIOR

    Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones subia 0,21%, o S&P 500, +0,02% e o Nasdaq, +0,39%, impulsionados pelo avanço dos papéis da gigante de tecnologia Apple.

    Na Europa, as Bolsas recuavam, pressionados pela queda das commodities e pelos papéis da Fiat Chrysler e da Bayer.

    Na Ásia, os índices fecharam com sinais mistos.

    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024