O Brasil registrou um superavit de US$ 412 milhões em transações correntes em abril, primeiro dado no azul em sete anos, divulgou o Banco Central nesta terça-feira (24). A expectativa de analistas consultados pela Reuters era de deficit de US$ 900 milhões.

O resultado positivo é reflexo direto da melhora no saldo da balança comercial, na esteira da forte recessão econômica. O dólar valorizado em relação ao real e a crise inibem as importações do país.

O superavit da balança comercial foi de US$ 4,647 bilhões, ante apenas US$ 282 milhões um ano antes.

O dólar caro e a crise também diminuem os gastos dos brasileiros no exterior, que caíram 34,5% em um ano, para US$ 1,076 bilhão.

Gastos dos brasileiros no exterior

No mês, os investimentos diretos no país alcançaram US$ 6,82 bilhões, também acima da projeção de analistas de US$ 6,2 bilhões.

Por sua vez, as remessas de lucros e dividendos sofreram declínio de 75,7% sobre igual mês do ano passado, a US$ 574 milhões.

Nos quatro primeiros meses do ano, o deficit nas contas externas recuou a US$ 7,166, frente a US$ 31,941 bilhões no mesmo período de 2015.

Em 12 meses até abril, o deficit passou a responder por 1,97% do PIB (Produto Interno Bruto).

Para o ano, a expectativa do BC é, por enquanto, de um deficit de US$ 25 bilhões, enquanto economistas ouvidos pelo BC na mais recente pesquisa Focus já veem um resultado negativo em apenas US$ 17,2 bilhões.

Quanto menor o rombo, mais baixa é a necessidade de financiamento estrangeiro para a economia.